cadê a porra do lirismo?
dá o play na seta!
Quando esse blog nasceu eu ainda estava na casa dos 20, era universitária, fanzineira, gostava de ler, escrever e beber gim. Aqui havia um template lindo, textos intensos e por hora idiotas, rimas ricas e pobres, uma leva de leitores fiéis e simpáticos, seus comentários assíduos é que deixavam essa bolha cheia. Agora, na casa dos 30, minhas sedes não são de gim, sou mestra, professora, leio teorias e tenho um novo par de olhos. Não crio expectativas quanto ao retorno. Não crie!
29.8.08
20.8.08
9.8.08
7.8.08
solilóquios na frente do espelho
a blusa amassada de noites de sono, dormia dia após dia, como uma fuga interminável. gostava de se olhar no espelho, se olhava e se olhava, apenas com a penumbra que perpassava pela janela do banheiro.
num gesto quase carente de tudo, alisava o cabelo; os olhos brilhavam perdidos na meia escuridão, refletiam tristeza ou ausência de.
um breu que vinha de dentro, tão dentro e tão fundo como os refúgios internos silenciados, transpareciam algo perdido numa pluralidade quase infinita.
vastidões dilatadas e inatingíveis.
se olhava e se olhava, num gesto que dizia tudo, dia após dia de noites de sono, ela compreendia que, há tanta profundidade num só sentimento.
dá o play na seta!
a blusa amassada de noites de sono, dormia dia após dia, como uma fuga interminável. gostava de se olhar no espelho, se olhava e se olhava, apenas com a penumbra que perpassava pela janela do banheiro.
num gesto quase carente de tudo, alisava o cabelo; os olhos brilhavam perdidos na meia escuridão, refletiam tristeza ou ausência de.
um breu que vinha de dentro, tão dentro e tão fundo como os refúgios internos silenciados, transpareciam algo perdido numa pluralidade quase infinita.
vastidões dilatadas e inatingíveis.
se olhava e se olhava, num gesto que dizia tudo, dia após dia de noites de sono, ela compreendia que, há tanta profundidade num só sentimento.
dá o play na seta!
6.8.08
trama de velho:
eis que estou em meu quarto as 8 da manhã, acumulando coragem pra poder levantar em um pulo, até que, a vizinha do apartamento debaixo abre a janela para tagarelar com a vizinha do prédio ao lado, e Belo Horizonte tem uma coisa impressionante que é a acústica dos prédios, a gente finge não estar ouvindo, coloca o travesseiro no ouvindo, canta uma música, mas é inevitável não escutar os balbucios e ruídos da vizinhança.
e hoje, pela manhã, as duas falavam de seus reumatismos, escleroses e solipsismos; dorinha o nome da vizinha abaixo, nunca fomos apresentadas, mas ela é bem dizer meu karma belo horizontino, reclama porque caminhamos dentro de casa e não tiramos os sapatos, reclama que arrastamos as cadeiras quando precisamos jantar, "dondorinha" é a típica vizinha velha chata, que reclama de barulho, mas não sabe que é super desagradável escutar as conversas dela cedo da manhã, ainda mais quando o diálogo é mais ou menos assim:
- Oi dona dorinha... a senhora sumiu.
- Pois é, tenho ido muito à fisioterapia.
- A senhora vai hoje? Vem aqui em casa comer um frango com quiabo.
- Vou hoje sim, e só volto mais tarde. É tanta dor que você nem imagina.
- Sei... a sua filha vai levar a senhora?
- Não! Vou de ônibus.
- De ônibus? Mas dona dorinha, a senhora pode acabar caindo dentro do ônibus.
- Eu sei, mas é o jeito não é?
- Sabe o segredo que eu sempre faço?
- Hum...
- Levo uma bengala, rapidinho me dão o lugar!
eu cá pensando: absurdo esse papeado alto cedo da manhã; absurdo a pessoa não saber brigar pelos seus direitos dentro de um ônibus; absurdo a pessoa fingir ter problemas e quando o Sr. lá de cima lhe botar uma doença verossímil, quero ver achar bom andar de bengala.
meu povo, melhore!
dá o play na seta!
eis que estou em meu quarto as 8 da manhã, acumulando coragem pra poder levantar em um pulo, até que, a vizinha do apartamento debaixo abre a janela para tagarelar com a vizinha do prédio ao lado, e Belo Horizonte tem uma coisa impressionante que é a acústica dos prédios, a gente finge não estar ouvindo, coloca o travesseiro no ouvindo, canta uma música, mas é inevitável não escutar os balbucios e ruídos da vizinhança.
e hoje, pela manhã, as duas falavam de seus reumatismos, escleroses e solipsismos; dorinha o nome da vizinha abaixo, nunca fomos apresentadas, mas ela é bem dizer meu karma belo horizontino, reclama porque caminhamos dentro de casa e não tiramos os sapatos, reclama que arrastamos as cadeiras quando precisamos jantar, "dondorinha" é a típica vizinha velha chata, que reclama de barulho, mas não sabe que é super desagradável escutar as conversas dela cedo da manhã, ainda mais quando o diálogo é mais ou menos assim:
- Oi dona dorinha... a senhora sumiu.
- Pois é, tenho ido muito à fisioterapia.
- A senhora vai hoje? Vem aqui em casa comer um frango com quiabo.
- Vou hoje sim, e só volto mais tarde. É tanta dor que você nem imagina.
- Sei... a sua filha vai levar a senhora?
- Não! Vou de ônibus.
- De ônibus? Mas dona dorinha, a senhora pode acabar caindo dentro do ônibus.
- Eu sei, mas é o jeito não é?
- Sabe o segredo que eu sempre faço?
- Hum...
- Levo uma bengala, rapidinho me dão o lugar!
eu cá pensando: absurdo esse papeado alto cedo da manhã; absurdo a pessoa não saber brigar pelos seus direitos dentro de um ônibus; absurdo a pessoa fingir ter problemas e quando o Sr. lá de cima lhe botar uma doença verossímil, quero ver achar bom andar de bengala.
meu povo, melhore!
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