solilóquios na frente do espelho
a blusa amassada de noites de sono, dormia dia após dia, como uma fuga interminável. gostava de se olhar no espelho, se olhava e se olhava, apenas com a penumbra que perpassava pela janela do banheiro.
num gesto quase carente de tudo, alisava o cabelo; os olhos brilhavam perdidos na meia escuridão, refletiam tristeza ou ausência de.
um breu que vinha de dentro, tão dentro e tão fundo como os refúgios internos silenciados, transpareciam algo perdido numa pluralidade quase infinita.
vastidões dilatadas e inatingíveis.
se olhava e se olhava, num gesto que dizia tudo, dia após dia de noites de sono, ela compreendia que, há tanta profundidade num só sentimento.
dá o play na seta!
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