Há temores que moram na ponta do lápis; marco um X e elimino um, e outro, e outro e...
Os dias sempre renascem!
Tão logo abrirei a janela e lá estará Agosto, o apreenssivo da vez; mês sonso para todo virginiano passível do verbo debandar; trará Marte pra iniciar uma guerra interna, senão, nietzscheana. Arrancarei meus eus e minhas cascas com a ponta da unha, levemente, até que surja o rubro do sangue pra fazer jus a cor do planeta.
Energias perturbadoras rasgando entranhas. Pequenas projeções.
Durmo, durmo, durmo, numa sonolência coberta de fraqueza e desgostos; se me vissem sentiriam um sabor asco na boca. Repulsa!
Não, não me olhe! Sou apenas uma projeção inacabada ou acabada por completo. Não me olhe!
Hoje me dissolvo no conta gotas do tempo.
Quando Agosto estiver por ir, logo abrirei a janela, e lá estará o sol, lembrando ipês e laranjeiras, Setembro sempre me lembra cores quentes.
Me cobrirei com a haste de trigo e foice, e eliminarei o tempo com mais um X; embrulharei num papel rosado - disseram-me certa vez que rosa é a cor do perdão - e o levarei comigo, numa atitude mútua, aonde quer que eu vá, para que não deixe o tempo no vácuo.
Na vida, nem tudo se paga com a mesma moeda!
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