29.9.06


o menino de lá escrevia num diário de folhas infinitas.
para um destinatário sem nome.


meu querido diário,
tenho uma dor chamada cisma.
uma dor que é só minha.
tem o olhar disperso e trejeito viril.
às vezes comprime por dentro, num jeitinho agudo que faz lacrimejar os olhos.
mora na rua das utopias. onde ninguém a vê, só eu!
gosta de me causar vibrações, algumas que me derrubam, outras que me ajudam feito sacolejos a merecer.
uma dor que nomeei de cisma, só por ser palavra bonita...
é imperfeita e quase palpável, de textura indizível e cores que nascem do preto.

uma dor que de tão doída, me faz escrever sempre borrado.


textinho escrito pós leitura de Luiz Vilela e seus contos melancólicos... voltei a ler, e consequentemente, ando tentando escrever; até porque, como dizia Carlos Drummond: "Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe e manhã. São muitas, eu pouco (...) Palavra, palavra (digo exasperado), se me desafias, aceito o combate".

25.9.06





naquelas pálpebras baixas...
mora uma tristeza gritante.

já não vejo mais a cor dos olhos dela.

20.9.06

pois.

eu aqui, pra deixar link de artigo meu: O SENSÍVEL NAS LINHAS DA ESCRITA.
um artigo sobre o joão [no plural].
guimarães e carrascoza.

...

"Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando as perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio".

[porque esse mês é todo dele. porque esse mês é todo nosso] ---> Caio Fernando Abreu.

...

e por esse mês ser não só do caio, e sim meu também... comemorei meus 25 aninhos em grande estilo: cardigans + franz ferdinand + muito frio.

sem mais!

...

e agora é tempo de dedo cruzado e pessimismo de lado.

[e a rima foi proposital]