30.12.07

feliz ano par!
vai.
vai e não me deixa resíduos!
já aprendi a distinguir o gosto asco na boca; a evitar tudo aquilo que me falha!
a saber que angústia é um alfinete no meio do peito que ao respirar ele dá uma pontada fina lembrando que tá ali.
aprendi que amor que amor vira dança, amor que é amor não se cansa.
que entre mágoa e perdão há uma linha tênue quase invisível, que para caminhar por cima dela requer passos de paciência.
já entendi que o que escapa diante dos olhos são as miudezas mais supérfluas da vida.
que aqui a gente é aprendiz.
vai ano ímpar!
júpiter há de ser mais forte desta vez!
e peço ao Deus Jano, que abra dois mil e oito para uma vastidão de coisas boas.
já sinto cheiro de dias lindos.

e como diz Caio F.
“que seja doce!”

29.12.07

Clara olhava Joãozinho lá de longe, os olhos brilhando de curiosidade.
Até que não resistiu e perguntou a Joãozinho:

- Joãozinho, por quê você ri tanto?
- Por quê? Porque dentro de mim moram borboletas!


...

Clara continuou sem entender.
Ainda era muito nova para amar.
Ou pelo menos mais nova que Joãozinho.

21.12.07

Eu arrumava a mala e ele ao lado.
Quantas pessoas estariam arrumando suas malas naquele instante?
Muitas, talvez...
Mas talvez poucas estariam enchendo suas malas como eu.
E ele ali, parado, escorado na parede lilás clarinho, calado, engasgado, será?
Segurando uma lágrima tímida nos olhos bonitos.
E eu arrumando a mala...
Levando tudo meu, um pouco nosso ou tudo nosso.
Inclusive ele.

19.12.07

... e mandou avisar:

- Zezim, se joga!
- Me jogar? Assim?
- Não Zezim, assim não. Se joga com tudo! Fecha os olhos e...

- Poim!
- Num disse Zezim?! É sabido que no fundo do poço existe uma mola, já dizia aquele moço filósofo!


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4.12.07

- ele me roubou as palavras.
- e agora?
- agora eu calo.
- mas pra sempre?
- talvez!
- mas...
- ou pelo menos até que inventemos novos vocabulários...
- é?
- é!
- tipo o quê?
- tipo: mai euqué cê filiz coele, ele coeu, nóis coaviola, os zóio trifásico, as bila, o bêju, os dengo, a linguage grilês e as onomatopéias de amô!
- eu hein!

ô besteira! dá o play

1.12.07

Ela tinha o olhar pidão, como quem diz:
- Mora em mim?
Ele tinha o olhar sincero, desnecessário de qualquer gestos ou palavras, como quem diz:
- Sempre, para sempre!

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