29.12.05

sem título

boca fechada não entra mosquito.
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metas para 2006:
1 - usufruir da orientadora que consegui tanto na unifor como na uece.
2 - mais resenhas, mais resenhas.
3 - núcleo de literatura do dragão do mar [se tudo der certo].
4 - uma visitinha ao acre.
5 - eu e minha bicicleta.
6 - alimentação mais saudável.
7 - aquele outro livro infantil.
8 - inglês with the teacher leo.
9 - espanhol se não for demais.
10 - acordar cedo todo dia.
11 - mais filmes, mais filmes.
12 - um acarajé por semana.
13 - uma Luana mais amável.
14 - uma Luana menos fantoche.
15 - uma Luana mais caseira.
16 - uma Luana mais tolerante.
17 - mais teoria e menos literatura.
18 - março em BH se todos os santos deixarem.
19 - cursos e mais cursos.
20 - cerveja só no fim de semana.

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tenho lido 4 livros e não tenho lido nada.

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eu.
aquela velha dicotomia.
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queria ter vomitado um texto bonito como já houve em um final de ano qualquer, mas não é tempo de fase ótima, muito embora seja tempo de fase boa, e fases boas não me são tão intensas a ponto de serem descritas em uma folha de papel. dois mil e cinco foi um ano bom, um ano manso; não tenho muito do que reclamar, aliás, melhor não abrir o leque e catalogar coisas e se deparar com uma imensidão de amargura, porque houve...
porque a gente sempre apanha, levanta, apanha, levanta e aprende, ou não. faz parte.
desejo um ano par cheinho de alegria pra todo mundo que me faz feliz, pra todo mundo que lê esse blog ensaboado. muita saúde, dinheiro, amor...
não esqueçam de acender uma vela para janus, pedir que ela abra as portas do ano com pensamento positivo. ou então, rezemos pra nossasenhoradasalegriasmomentâneas, para que ela seja presente, sempre.

feliz 2006 !!!

"Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maçãs eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você pergunta como estou, mordo devagar umas das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais no dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes e eles dizem que se eu me mostrar como realmente sou você vai ficar apavorado e nunca mais vai aparecer nem telefonar - eu não agüento mais não me mostrar como sou". [do caio. carta para além do muro].
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18.12.05

Momento Diarinho:

¬ O que toca aqui é: O barulhinho do vendo da Praia do Futuro.
¬ Bolhinhas de angústia nas mãos. De novo.
¬ "Quando eu me sento à janela
Pelos vidros que a neve embaça
Julgo ver a doce imagem dela
Que já não passa, não passa
" [Fernando Pessoa]
¬ Cala-te Luana!
¬ O verbo de hoje é: analisar.
¬ Aqui se faz aqui se paga.
¬ Amanhã chegam os hóspedes. A casa ta limpa, geladeira ainda vazia e alguns objetos meus amontoados num canto, pra abrir alas pra eles passarem.
¬ "O nada se diz de muitos modos" [Marcia Tiburi].
¬ Das palavras bonitas: têmpora.
¬ Tenho estado fraca. Descobri que não tenho prazer em comer sozinha, o que significa que só me alimento quando estou fora de casa, o que significa também, que, quando estou dentro de casa não como, fico fraca, mole e desanimada... Não sei se o que me cobre agora é uma tristeza, um desânimo, ou só vontade de ir "simbora".
¬ "Aprendi a fazer com que as palavras deslizassem sobre o meu corpo, lentamente, como pétalas caindo no Outono. Mas agora sinto-as em ninhos sujos, separadas de mim, furando-me a cabeça e saindo-me da boca como se ninguém as tivesse dito, e nascessem e morressem sozinhas" [Inês Pedrosa].
¬ Eu agora tomo vitamina, Centrum de A à Z. Porque eu agora tenho 48 quilos de novo e uma moleza de não agüentar nem meus pensamentos.
¬ Ele disse pra eu escrever um livrito. Ele não sabe o que diz...
¬ Semana passada eu fui na UECE, ver uma palestrinha daquela moça bonita. Senti uma estranheza, vontade de voltar a estudar, de voltar a gastar dinheiro com xerox e ler textos na madrugada porque tem seminário pra apresentar. Vontade de não crescer.
¬ "E o que é a guerra senão a trova de coisas cada vez mais amassadas?" [Ítalo Calvino].
¬ É triste o estado em que o calor do Ceará tem deixado o juízo da população, na rua eu não sei pensar, eu não sei contar, eu sou impaciente, abusada, estúpida. Quero chuva, por mais que eu me torne uma pessoa deveras melancólica em tempos de inverno. Eu quero chuva!
¬ Papai Noel existe?
¬ Quero parabenizar à Bradesco, pela propaganda morta de linda veiculando na tevê.
¬ "Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
" [Hilda Hilst]
¬ Luana, ame-a ou deixa-a.
¬ "perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem".
¬ Não me perguntem onde irei no reveillon porque eu realmente não sei. To pra ficar em casa assistindo o show da virada.
¬ Vou começar o ano viciada em novela, era tudo que eu menos queria nesse mundo. E por mais que Glória Pires esteja péssima na sua interpretação de Júlia, que pra mim é apenas mais uma "Helena da globo", eu não consigo deixar de assistir a bendita. Ô raiva!
¬ Eu voltei a procurar blogs bons para ler... E acabo achando. Gostei DAQUI.
¬ "O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos" [Aristóteles]
¬ Vou lançar uma campanha: Quero ouvir Fátima Santos!
¬ Daniella Cicarelli que se cuide. Que enquanto ela saí por aí dizendo que ta pegando o ex da Ivete Sangalo, o ficante dela anda pegando outra bem no meio desse Ceará. E tenho fontes confiáveis para confirmar isso.
¬ Comprei uvas.
¬ Queria muito dinheiro pra poder presentear todos os funcionários do Mercadinho São Luiz. Ô povo simpático pra me deixar feliz.
¬ Pra Rubra Rosa, que nem tem tempo pra aparecer aqui... todas as rosas do mundo.
¬ "E todos esses que aí estäo
Atravancando meu caminho
Eles passaräo...
Eu, passarinho
!" [Mário Quintana].
¬ Noise 3D lota quando é show do Marilyn Manson cearense. Eu digo é valha!
¬ Vivendo mui bien sem orkut. E viva a não exposição. Vivaaaa!!
¬ Clo clo clo. Saudade sem tamanho.
¬ Recadinho subliminar: nunca mais fui ao cinema...
¬ "Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada" [do Caio].
¬ Primeiro desejo uma boa semana para mim - que estou precisando meiiiiismo - depois desejo uma boa semana para todos... sem egoísmo.

9.12.05

das minhas poucas produções...

de todas as tentativas literárias que já fiz na minha vida, havia somente duas, agora três dos contos que gostei de escrever.
UM FIO DE ESPERA, mais uma historinha cheia de drama, escrita pela Luaninha Cavalcanti, depois de ser sacudida pelo CARLITINHO CAVALCANTI, vomitei uma senhora chamada maria do carmo, uma daquelas velhinhas bonitinhas em que se vê na rua e diz: ô meu deusu, como é fofa!

sem mais detalhe... quem quiser ler é só clicar no primeiro link alí de cima, onde há o título da história [um fio de espera]
sugestões, críticas e afins, favor escrever aqui pelo blog, ou para o meu e-mail: luana.cavalcanti@gmail.com


eis o e-mail da Luana no seu papel de colunista. Obrigada!

5.12.05

sem título

o papai noel mora no acre!
e me mandou uma bicicleta de natal. agora tenho um sorriso de criança boba no canto da boca.
vô. amo tu.

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paula tesser sussurando no meu ouvido: "é tarde eu sei, não devo te acordar, é que andei pensando em nós dois. fiquei feliz. quis te falar, quis te dizer que a lua tá la fora, como quem pede pra te ver. pra te chamar, te convidar, pra você vir e ver como é legal andar sem rumo andar sem lei, só por prazer, só por viver. Então meu bem, abra essa porta e deixa o frio, a noite a lua e eu te convidar pra dançar. que a lua tá la fora, como quem pede pra te ver..."

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minhanossasenhoradasterrasquentes.
dá-me vento frio, pela hóstia.

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que deus o tenha.

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convocando amigos pra fazer uma faxina na praia do futuro, vulgo PF. grata!

1.12.05

Momento Diarinho:

¬ A pessoa tem um blog novo, que cria com pretensão de escrever coisinhas mais bonitas, que sirvam de leituras boas, úteis, mas é uma falta de disposição danada, e isso aqui só funciona como diário virtual mesmo, então vamos lá...
¬ Ela agora tem um BLOG NOVO, ainda em construção, ajustes, mas é novo.
¬ O que toca aqui é: Metrô com a música, Mensagem de Amor.
¬ "Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente". [Adriana Falcão].
¬ Sai do orkut! É... foi... pois sim. Cansei de perder meu tempo fuçando a vida alheia enquanto eu poderia estar lendo mais, fazendo coisas mais úteis; e cansei principalmente dos meus passos catalogados em scraps. Bastei!
¬ Pessoas, fui pela primeira vez à um estádio de futebol. Fortaleza x São Paulo x Um calor infernal. Estádio é sim a coisa mais linda do mundo, uma movimentação, uma animação de arrepiar. Eu gostei demais. Candice, te aguardo para irmos juntas um dia.
¬ "O medo fora da minha cabeça tem janelas, telhados, nuvens e aqueles bichos brancos lá embaixo". [do Caio].
¬ Sábado tem órbita, pra relembrar o que já foi.
¬ Feliz da vida ao saber que Márcia Tiburi viria lançar Magnólia aqui. Chegando lá, com ansiedade de ver a escritora que gosto bem na minha frente e então, o vôo da moça foi cancelado. Fiquei deveras triste. Comprei o livrinho que por sinal tem capa linda. E aguardo a feira do livro, pra ganhar um outro autógrafo da moça. Sim sim, eu coleciono.
¬ Luana rezando pra alma dos mestres de BH, para que eles se apaixonem por Caio também. Ai jisus!
¬ Recado: moço, torce comigo que tu vai ter picadinho e feijão branco na tua primeira visita.
¬ "As noites têm o hábito de misteriosas dádivas e recusas, de coisas meio dadas, meio retidas, de alegrias com escuro hemisfério. As noites procedem assim, creia-me".
¬ Sim sim, to com o filminho do Valentin em mãos de novo. Mas agora é o seguinte, pra querer assistir tem que ser na minha casa, num empresto mais não, porque notei que sou mui apaixonada e sofro de saudade.
¬ "Que nega é essa? Prendada e caprichosa, é a nega que eu espero pra acabar com a minha solidão. Que me invade e me machuca, que me maltrata e me funde a cuca..."
¬ Mermão, num fui pro show do Jorge Ben. Que bosta!
¬ TIO CHARLES, se o povo num topar um pedacinho de literatura no jornal, num force a barra não, sobrevivo com minha humilde COLUNA. Beijo.
¬ Bico calado Luana, bico calado!
¬ "Nada que se pareça com o que basta, deveria ser o sentido da vida" [Pessoa]
¬ Um canudo de veludo e um ódio sem tamanho.
¬ Vinte reais pra ficar abestada.
¬ Vontade de ouvir Fátima Santos.
¬ "Pois a verdade é que os seres humanos não têm bondade , nem fé, nem caridade, senão o necessário para aumentar o prazer do momento." [Virginia Woolf]
¬ Lá acolá, acho que vou ser muito feliz.
¬ - Luana, tu vai receber 3 hóspedes na tua casa. Rapazes, bonitos, simpáticos, cheios de vida, marmanjos...
- Tá. E quando vai ser isso?
- Lá pro dia 15...
- Humrum...
[pensando: meu deus, quantos carioquinhas terei que comprar por dia?]
¬ Hoje, um final de tarde com sorriso grátis. Segredo: eu tenho amigos que pedem cigarro na rua, e um carinho de cobrir qualquer vergonha.
¬ As COISAS DA GAVETA são bonitas.
¬ "Nem toda loucura é genial, nem toda lucidez é velha". [Chico B.]
¬ Quem não sabe ainda, vai ficar sabendo agora. Eu tenho um metro e meio, branca e como se não bastasse, ruiva. Isso mesmo, estou ruiva!
¬ Eu, aos 24 anos comprei um caderninho que agora faço de diário, e antes de dormir escrevo nele o que aconteceu no meu dia... sem querer dar uma de adolescente boba, mas tem sido bom demais.
¬ O Hino Acreano é bonito. Pois sim.
¬ "o teu segredo é o meu" [Clarice, a mulher espetaculooosa]
¬ Eu constatei que semiótica russa é coisa do demo!
¬ O pecado está no Del Paseo. Um espetinho de frutas banhado em chocolate a coisa mais deliciosa do mundo.
¬ Eu agora sei o que eu sou. Eu sou articulista, eu. Sempre quis ser chamada assim. Ui.


28.11.05

chove?

já dizia minha avó: quando se acorda torta, doída, não é bom sinal.
aqueles dias em que lá fora é nublado e você ainda nem sabe, por que sequer abriu a janela pra dar bom dia ao dia...
o sol que aparece hora e outra pra deixar o velho juízo torto; pra forçar uma porcentagem de ânimo que sobrevive por dentro sabe-se lá como... ?
um rosto coberto de agonia, a cara amassada de dormir denunciando uma certa fuga, uma sensação febril.
vontade de comprar uma bicicleta e fugir com livros debaixo do braço...
parar em uma praça; ler sem obrigação; chupar um picolé; procurar uma sombra que não faça parte das nuvens dos dias nublados...


chove!

.tpm. dois dias e tudo passa.

20.11.05

sem título


é, aqui tem um banner novo.
meu menino quem fez e caso alguém queira contratá-lo, ele faz banner por precinhos super em conta.
entrem em contato comigo que eu passo o telefone do rapaz, desde que não seja uma moça atrivida pedindo que lhe faça uma página oficial de: "procura-se um namorado". aí tudo bem.

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pergunta ao Norte: TIO CHARLES, cadê tuuuu???

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a oficina do MARCELINO FREIRE foi divertida.
essa coisa de micro-conto ainda me é estranha no campo da literatura.
um gênero ainda pra eu mastigar bem muito.
mas aprendi muitas coisinhas, e acima de tudo, compreendi a precisão do micro-conto na vida do homem contemporâneo, aquele que corre corre corre e reclama da vida, pois sim.
até fiz um, em que Marcelino pediu que falássemos da história de Jesus Cristo em duas linhas, e o que eu fiz foi:

d.C.
- Receba o corpo de Cristo.
- Amém!


realmente ainda me soa estranho, mas acho que me acostumo, a gente se acostuma.
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pecado: entrar numa livraria depois da primeira quinzena do mês.

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"de pensar morreu o burro".

17.11.05

Momento Diarinho:

¬ O que toca aqui é: Maria Bethânia, com a música Minha Namorada.
¬ Dores de cabeça constante.
¬ Ô Ceará quente da porra! Parece que o sol ta a 3 cm da terra, não dá pra pensar, não dá pra ler, não dá pra ficar sem tomar banho de uma em uma hora... não dá.
¬ "Eu bem sei, meu Amor, que pra viver.
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir
". [Florbela Espanca]
¬ Piada interna: Cuidado, aqui debaixo tem uma lacraia.
¬ Hoje me matriculei no curso de Literatura Contemporânea, que será feito pelo Marcelino Freire, moço que escreve bonito que só. E eu já to cheia de felicidade só de pensar que vou sair de dentro de casa pra ouvir tal.
¬ A cidade começa a ficar cheia de gringo, aquele povo todo achando que o ceará é um lugar só de putas e sol.
¬ "Estou enamorada dos meus silêncios" [Virgínia Woolf]
¬ E por falar em férias, ele, my brother chega logo logo, vem passar férias aqui com uns coleguinhas nosso de infância, vai ser deveras bom.
¬ Eu fantoche.
¬ E eu MARIANA fomos ao centro, foi bom, só não demoramos mais, porque parece que o sol mora todo no centro, só ali, na Praça do Ferreira, no beco da poeira, sim sim, Mariana me fez ir ao beco da poeira, mesmo sabendo que eu tenho fobia daquele lugar, um calor, aquelas lonas no teto, uns corredores apertados, uma sede, gente gente gente. Mas comprei uma sapatilha tão feinha, mas tão feinha que é bonita; comprei também duas blusas, cada uma por cindo reais. Iiieeeii!!!
¬ O site O GUIA O RIO BRANCO, passará a ser também impresso, lá no Norte, lá no Acre, lá no Rio Branco. E além da COLUNA LITERÁRIA, terei também, uma coluna para diquinhas de filme. A coluna já possui um nome, "pipoca na tigela e filme na tevê". Esperemos.
¬ "Mas todo momento de minha vida traz consigo um acúmulo de fatos novos, e estes, por sua vez, acarretam conseqüências, e assim, quanto mais busco retornar ao ponto zero do qual parti, mais me distancio dele" [Ítalo Calvino]
¬Recadinho: "Cadê a luana?". Recebi o e-mail mais lindo do mundo, fiquei com esses olhos miúdos cheinho de lágrimas, e ainda procuro palavrinhas para respondê-lo. Carinho.
¬ Das frases dela:
- Vontade de vomitar...
- E porque não vomita?
- Porque a descarga do banheiro ta quebrada.
- ... ???
¬ Hoje recebi visitas ilustres em minha casa, para um almoço de quinta [no duplo sentido], mas que foi gostoso foi. Leo e Ju, vocês me arrancam um sorriso que vem não sei de onde. Adorei, voltem sempre, até mesmo praquela soneca de fim de tarde. Beijos.
¬ Sad.
¬ Senhor, livra-me da incompreensão alheia.
¬ Emagrecendo de tristeza...
¬ "Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento". [Adriana Falcão].
¬ Cento e oitenta gramas de nutella pra mim, só pra mim.
¬ No centro: é fundamental que toda mulher possua bigode.
¬ Vamu que vamu...
¬ Norte Norte: vende-se Literatura!
¬ Uma flor chamada mirella, te rego.
¬ "Encarou-o tenso, colocando no olhar o desafio: eu te vejo mais fundo do que me vê, porque eu te invento nesse olhar, porque você se torna meu invento, porque depois de olhar muito dentro eu prescindo da imagem e o meu olhar repleto basta, como se eu fosse cego, mas tivesse guardado todas as imagens: um cego vê mais que um homem comum porque não precisa olhar para fora de si, porque o que ele deseja ver está completamente dentro e é inteiramente seu" [do Caio]
¬ Entrego minha felicidade nas tuas mãos. Decidam, decidam.
¬ Um, dois três e... bufo!

11.11.05

dias brancos





- me beija.
- hãm?
- eu disse pra você me beijar...
- te beijar?
- é.
- mas... mas e amanhã?
- o quê tem amanhã?
- se eu te beijar... o que vai acontecer amanhã?
- ah, sei lá... quem é que sabe do amanhã? eu sei do agora, e agora eu quero um beijo teu.

[silêncio]

- sabe... quando não há sentimento, o amanhã é como um papel branco, um dia branco. e quando há sentimento, o amanhã é feito tubinhos de tinta querendo colorir toda a brancura de incertezas dos dias. Me beija, anda...

[beijaram-se]

e mais tarde, na cama, deitada ao lado dele, ela cruzou as mãos e pediu a Deus que o sol nascesse de um colorido demasiado.

9.11.05

"livra-me dos poços e dos becos de mim, senhor..."

dias de crise significa um cérebro malhado, em que só se pensa pensa pensa e nada faz.
semana passada o telefone tocou, e ele disse bem assim, quase que como jogando um balde cheio de indecisões bem em cima da minha cabeça:
- luana, o norte mais uma vez te chama, brasil telecom precisa de um publicitário formado, pra trabalhar com assessoria de comunicação, salário inicial de dois mil reais, mais seguro de vida. topa?
eu nunca havia me tocado de que o gosto da angústia era amargo.
calei.
mais tarde me comuniquei novamente, decidi mandar o bendito currículo para ver no que daria.
mandei e passei dias com o juízo torto; uma sensação febril, ruim...
pensei nas rupturas; nas águas salgadas que derramaria; no meu silêncio de cá, no barulho de lá; no sonho chamado minas gerais; no quanto meu diploma me pesa.
pensei que com dois mil reais por mês eu poderia viajar pra conhecer outros cantos como sempre desejei. que com dois mil só pra mim eu poderia enfim montar a minha tão desejada bibliotequinha e me afogar em livros.
aí vem um soprinho na cabeça cheio de nó... trabalhar com algo que não domino, porque em quatro anos e meio de faculdade, o que mais mastiguei foi a deliciosa teoria, a da comunicação, a filosofia, a sociologia, a literatura, o jornalismo, a arte e cultura brasileira, a semiótica... ah a semiótica... ô saudade!
não considero meu currículo de um publicitário; fiz um estágio escroto numa agência que só me deu uma depressão já curada; cursos de filosofia, literatura e afins.
antes da tão sonhada BH, eu só penso em trabalhar com manifestações culturais; trabalhar em núcleos de literatura; continuar com minhas humildes resenhas que tanto me alegram.
e eu fico pensando:
como tu vai tirar dinheiro com isso luana?
e onde tu vai trabalhar com isso nesse ceará luana?
e até quando luana? até quando???


boa pergunta.


ps - brasil telecom ainda não se manifestou, na certa viu que meu currículo não é digno de uma publicitária. e eu já nem sei se fico triste ou feliz com isso.


...



e por falar em produções prazerosas, leiam a resenha miúda que fiz do livro O DECÁLOGO, para o site o guia rio branco.

7.11.05

Momento Diarinho:

¬ O que toca aqui é: The Cardigans com a musiquinha Communication.
¬ O primeiro momento diarinho escrito nesse blog. Merece até uma bolha enooorme em homenagem.
¬ O verbo hoje é: lavar.
¬ "Tenho saudades das gargalhadas dela, em ondas contínuas como o mar, saudades da alegria que a inundava por tudo e por nada, uma colher e uma tampa de panela, uma ida ao café, um passeio às cavalitas do pai, um bocado de areia entre os dedos". [Inês Pedrosa].
¬ Eu agora só como salada by mariana, um luuuuxo, uma delícia. Querendo a receita, favor entrar em contato com a moça no BLOG dela.
¬ Ô fortaleza quente da porra!
¬ "Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz, e atrás dessa mulher mil homens sempre tão gentis, por isso para o seu bem, ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem..." [Chico B.]
¬ Te dengo. Me denga. Te dengo. Me denga. Me denga. Te dengo...
¬ Ele já mudou de blog. Para um endereço mais bonito, um blog mais verde, com cheiro de folhas e uma pitadinha de esperança; e o BLOG dele é tão lindo quanto a amazônia todinha.
¬ "Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa". [Adriana Falcão].
¬ Minhanossasenhoradessacoisachamadaorkut, me liberte! Amém.
¬ Das coisas que eu já disse: Na caixa do meu ar-condicionado tem dois ninhos de passarinhos enooooormes, e eles não cantam, eles gritam. E quando abri a caixa pra jogar os ninhos fora, tinha lá alguns ovinhos, então tive pena, mas a cada dia que passa eu fico mais irritada com os berros deles, quero meu silêncio de volta e que minha pena fique de lado, e que as deles voe para bem longe da minha janela. Perdón Dios.
¬ A cidade começa a brilhar; luzes e mais luzes, uma multidão aglomerada desde já, propagandas com Papai Noel, uma ar melancólico solto pelas ruas; e eu achando tudo bonito, dá vontade de ficar rodando a Praça Portugal com o carro, olhando pra cima, pensando, pensando...
¬ "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." [Clarice Lispector].
¬ Ele me faz feliz... e ainda me deu o DVD do filme Valentin, pra eu assistir mil e uma vezes, a toda e qualquer hora.
¬ Meta exclusiva e única: Minas Gerais.
¬ - Cadê a Lella?
- Tá trabalhando no BNB.
- Cadê a Diana?
- Tá trabalhando no jornal O Povo.
- Cadê a Mariana?
- Tá trabalhando na LS.
- Cadê a Luana?
- Tá acordando pra ler, lendo pra dormir...
- E quanto ou o quê ela ganha pra isso?
- Só Deus sabe...
¬ Entrou um passarinho com a asa machucada aqui dentro de casa, ele era lindo, miúdo, lembro que tirei fotos, tinha medo de pegar nele de tão pequeno que era, dei água, cuidei, fiz cafuné na pena macia e colorida, e depois de curado, ele bateu asas e voou.
¬ "Não tem nome de amor. Nem se parece a mim. Como pode ser isto? Ser tenro, marulhoso. Dançarino e novo, ter nome de ninguém. E preferir ausência e desconforto. Para guardar no eterno o coração do outro". [Hilda Hilst]
¬ O papa é pop?
¬ London London, te sonho.
¬ Mãe, manda as fotos da casa reformada, pelamordideus, to ansiosa pra ver.
¬ Sim, eu escrevo cartas.
¬ "Ouça: a mentira é a verdadeira informação que temos de transmitir". [Ítalo Calvino]
¬ Dica de filme estranho: Táxi Driver.
¬ Dos meus pecados: o acarajé da Beira Mar. Arre!
¬ Onze livros meu emprestados por essa Fortaleza... Socorro!
¬ Eu vou comprar uma gravadora de DVD e vou fazer parte da máfia. Ieeeeiii!!!
¬ "...talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que o silêncio basta? É preciso encher o vazio de palavras, ainda que seja tudo incompreensão?" [Caio Fernando Abreu].
¬ Só pra complementar: Caio é meu pastor e nada me faltará.
¬ Ele grita: tic tac, tic tac, tic tac...
E eu grito: já vou, já vou, já vou.

5.11.05

a cidade é nossa pele ou nós somos a pele da cidade?
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"os livros na estante já não têm mais tanta importância. Do muito que eu li, do pouco que sei, nada me resta. A não ser a vontade de te encontrar, o motivo eu já nem sei. Nem que seja só para estar ao seu lado, só pra ler no seu rosto, uma mensagem de amor..."

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na película dos olhos... um filme triste?

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rezemos para nossa senhora das pessoas que sofrem com a felicidade alheia. por diversas vezes eu temo sorrir.

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ai.

1.11.05

um mundinho frágil

ela mora sozinha em um apartamento pequeno que mais parece um quarto de empregada. adora livros de astrologia e literatura de todo tipo, das mais baratas às mais ricas e belas, e deixa tudojuntojogadoaochão. tem os cabelos cacheados, olhos cor de mel, um lábio rosado e uma pele cor de leite. gosta de felinos, cria um gato chamado pluh; tem uma coleção de vinil da billie holiday e dos beatles. beatles pra ouvir pela manhã, e billei pela noite.
guarda um piano de brinquedo, que apesar de ser de criança, ela toca tão bem quanto o oscar peterson.
um quarto e uma só janela, que dá de frente à uma praça com grama, areia e begônias. uns bancos pintados de marrom, onde a maioria das pessoas que sentam ali, são aquelas de cabeça branca, que carregam o jornal debaixo do braço e talvez muita nostalgia na ponta da língua.
toda manhã ela vai à janela dar boas vindas ao sol, dizer bom dia, pedir um bom dia; as cinco e meia da tarde faz o mesmo ritual, dando adeus ao crepúsculo, dando uma boa noite, pedindo uma boa noite.
vai à banca de revista todo santo dia, ler as páginas principais dos jornais que ficam expostos, compra balas e volta pra casa.
gosta de fazer bolhas de sabão. passa o dia todo melecando o seu quarto/casa com bolhas que faz com um só sopro e se espalham por cima dela, da cama, dos livros... fazem cócegas, são bonitas, estouram. ela costuma pensar mil e uma coisa enquanto estica a bochecha e guardando um monte de ar para despejar numa bolha com pretensão de ser grande, duradoura. tem vontade de morar dentro delas. porque parece um mundo transparente, com cores leves enquanto se movimentam no ar. um mundo só dela; uma bolha só dela, uma bolha que não estourasse quando o vento é forte, ou com um simples triscar.
das impossibilidades que ela deseja... na verdade, as vezes ela acha que o que causa tum tum tum dentro dela é como uma bolha de sabão, tem a mesma sensibilidade de tudo aquilo que cresce por dentro, de tudo aquilo que a enche dentro do quarto, dentro das roupas, dentro da pele, dentro dela.
e estouram, também.

... . .. . o o oOO o O O oo o o O OOo o.. . . .. . ...

qualquer semelhança é enooooorme coincidência.

29.10.05

Um poço sem fundo, e quatro pequenos ecos que saem de dentro dele.

...

Por diversas vezes me pego com saudade daquela varanda de piso mesclado, com azul e um branco já meio amarelado, que agora já nem é mais o mesmo piso mesclado e eu mal sei que cor tem. Aquela varanda sempre empoeirada, porque casa localizada numa curva sofre mais as sujeiras vindas da rua.
Saudade daquelas cadeiras de balanço feitas de macarrão colorido... Quando criança, eu sempre achei engraçado a mamãe dizer que as cadeiras estavam quebrando e que os macarrões precisavam ser trocados. Eu ia muito além com tudo isso, e ainda era capaz de pensar aqueles macarrões de plásticos, cozidos cobertos de molho pomarola e queijo parmesão.
Que gosto teriam?
Sim eu pensava, pensava e calava.

...

Lá, o vento sempre foi ausente, e quando decidia aparecer era de uma quentura de fazer estagnar qualquer pessoa. A casa de esquina, quando o ônibus passava era uma glória, trazia um vento que por mais empoeirado que fosse era bom.
Um calor que na minha miudez passada eu até que suportava, mas hoje agoniza meu cérebro, deixa o juízo torto, faz-me querer chorar pensando que a lágrima talvez alivie o calor que às vezes parece estar só em mim. Mas lembro também, que era de uma alegria sem tamanho acordar com o inverno entrando por debaixo da porta, assim, azul clarinho, cinza clarinho, branco...
Gosto de dar cores às estações.
Logo me vinha o pavor do banho gelado; mas era sempre uma felicidade ao chegar na mesa da cozinha e tomar o café da manhã com um chocolate bem quente feito por ela, uma batida de ovo, um pãozinho assado na boca do fogão; o cuscuz comprado pelo moço que passava gritando: pão de miiilhoooo, pão de milho já chegou tu já se acordou?
Depois que saí daquela cidade passei a sentir falta de chamar cuscuz de pão de milho.
Nostalgias que me consomem.
Mas era bom ir à escola toda empacotada no moletom. Sempre achei as roupas de inverno mais estilosas, e mesmo criança, era a época em que eu me achava mais bonita naquela ruma de pano, nas luvas coloridas que a mamãe comprava para nós; sinto falta até do lábio melecado de batom de cacau, para que não ressequem e criem rachaduras que ardem. Naquela época, eu já achava o inverno mais romântico; mais poético.
É quando todo mundo se abraça procurando um buraquinho mais quente.
E sempre tem alguém por perto pra dar.
Pelo menos nunca me faltou, não lá...

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As mangueiras enormes.
Ela colecionava pés de mangueira; uma na frente da casa, que era pra dar sombra aos carros dos irmãos que estacionavam na calçada; outra na área onde sempre são feitas todas as festas, onde todos os sorrisos são grátis, onde os churrascos são melhores do que de qualquer gaúcho, onde a mesa tem três metros para poder caber os cotovelos de todos os cavalcantis. A outra mangueira fica no terreno baldio encostadinho ao nosso quintal, terreno que também é nosso, que hoje serve para o vovô brincar de plantar coqueiros e a vovó paparicar a horta que ela mesma montou. É nesse terreno que vai morar o irmão caçula dela, meu tio caçula, claro; é lá que a Sofia vai correr com os seus três mil e quinhentos cachorros. Sofia tem cara de que vai ser veterinária, mas isso é só um palpite meu.
Voltando às mangueiras...
É uma saudade de subir no pé feito macaco; de pegar uma manga ainda de vez e comer com sal, porque eu ainda prefiro as mangas meio verdes.
Saudade daquele tempo em que a moça que trabalha lá em casa subia no pé e pedia que eu e meu irmão ficássemos embaixo, com um lençol aberto esperando que ela sacudisse a mangueira e caísse todas as mangas do mundo só pra mim, só pra ele, só pra nós.
Saudade de me lambuzar na frente dos meus tios também lambuzados, de ver aquele suco da manga escorrendo nos cotovelos do meu avó enquanto ele a saboreia.
De ver minha mãe brigando dizendo que a manga que eu como está verde por demais.
Da minha irmã separando um balde de manga só pra ela; com toda uma posse como se coubesse tudo aquilo em uma só pessoa.
E pensar hoje que muitas vezes eu quis vender mangas naquele tempo, mas mamãe fazia diferente; sempre me dava uns trocados pra eu fazer uma atividade laboriosa, que eu só fazia porque assim eu podia comprar bombons na banca do vigia com o meu próprio dinheiro, então eu tinha que recolher o lamaçal que ficava depois que a época de manga se acabava, e toda aquela coisa bonita virava um mar de frutas estragadas bem debaixo do nosso nariz. Porque apesar de tudo, toda a família não dava conta de comer aquelas mangas que sempre chegavam feito chuva.
Mas da coleção de mangueiras dela, a gente sempre ganhou dias bem doces.

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Saudade dos domingos de missa.
Do tempo de catequese... Meu professor chamava Paulo, era bem negro e do olho grande que mais parecia duas bolas de gude, das maiores possíveis; ele era alto, barrigudinho, tinha a voz mansa e uma paciência de contar estrelas.
As aulas eram aos sábados pela tarde, às três se não me engano.
Lembro que nossos amigos que moravam no final da rua vinham em escala crescente de casa por casa; tinha o Quelyson que chamava a Silvinha, que chamava o Victor, que chamava o Estanley, que chamava eu, que chamava meu irmão. Íamos todos juntos, com o caderninho debaixo do braço, conversando, rindo e pensando na tarefa bíblica que tínhamos deixado de fazer porque sábado é sábado.
A gente tinha aula numa capelinha de madeira pintada de azul claro que ficava dentro da Igreja Santa Inês, eu sempre gostei muito dessa igreja, a do bairro, nas missas de lá a gente via todas as caras conhecidas, as pessoas faceiras, mentirosas, danadas, boas ou ruins, todas aos domingos rezando, clamando, "perdoando-se".
Na igreja tinha muitas flores, principalmente papoulas, tinha também um pé de jambo que me dava água na boca, sempre fui louca por jambo; mas pegar os jambos da igreja me fazia pensar em roubo, porque eu sempre achei que tudo da igreja pertencia aos padres, e que eles passavam necessidade de dinheiro, e na minha cabeça, o jambo poderia ser um alimento para eles.
Coisas dos meus pensamentos exacerbados que eu já cultivava desde então.
O professor Paulo nos ensinou a ir à missa todos os domingos, dizia que era fundamental para estarmos de bem com a vida, para começarmos a semana bem, que na missa a gente podia conversar com Deus num cantinho que é todo dele. Lembro que eu acordava cedinho, vestia a roupa que eu tinha separado na noite anterior, não tomava café pra não perder sequer um minuto, e adorava sair de casa quando pela manhã o tempo ainda era frio; quando as pessoas mais velhas ainda estavam fazendo a caminhada que começaram naquela madrugada; gostava de ver a neblina dando espaço para o sol chegar; os padeiros pedalando nas ruas meio desertas sem medo de gritar "olha o pão" logo cedo; as beatas com seus conjuntos de saia e blazer de cores sempre claras, carregavam o terço na mão e talvez poucos pecados na cabeça, ou não... Eu gostava de ver tudo isso até chegar a Igreja Santa Inês. E a missa era sempre boa, o padre que agora esqueci o nome era de uma simpatia inexplicável. Os domingos eram mais claros, mais longos, embora mais divertidos dos que os domingos de hoje em dia.
Talvez porque naquela época, por mais que eu tivesse aulas de catequese, eu não compreendia muito bem essa coisa de crença, de religião, de solidão, de saudade, medo, angústia e todo sentimento que hoje entendo perfeitamente; eu tinha pecado de criança, que era de "pegar escondido" as cajaranas no clube do Vasco, de "pegar escondido" as macaxeiras na mercearia do seu Silvio, e esperar a noite chegar para poder assá-las numa fogueira feita na frente da minha casa e comê-las com sal, enquanto meu irmão e meus amigos contavam estórias de assombração; de xingar minha irmã bem baixinho sem que ela ouvisse, de ficar abusada porque minha mãe não me deixava faltar aula... de... de...
Eu tinha uma felicidade de não caber aqui.
Nem dentro de mim; hoje ela é de um colorido imenso, outras vezes ela é opaca...
Porque o tempo me rouba um pouquinho, a cada dia, e a distância é quem guarda numa caixinha que diversas vezes parece sem cor. Porque o tal do tempo é como borracha.

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e mais uma vez, saudade é um negocinho assim.