18.9.07

Atenção: blog fechado para balanço, por tempo determinado!

Setembro vem no gerúndio.
Quase digo que estou setembrando.
Já consigo ver os tijolos todos montados.
O cimento ao lado
Uma casa que por dentro é lilás.
E se for pra ir mais além, até sinto a estação daquele lugar, até sinto o cheiro da cidadela.
E mais longe ainda, sinto que meu amor mora lá.
Olhos que gritam bondade, que arrastam um sorriso bonito.
Netuno vai nos embalar numa dança
Que cantarei com palavras alheias, uma saudade tão estranha quanto tudo que é novo.
E a única certeza de que lá é sim o meu limiar.


Se eu pudesse chegar em pensamento
E não deixar evaporar
Isso que tão etéreo como o álcool
Me consome embriagado em olhos e palavras
Que enxergam esse mesmo etéreo
Estaria outra vez, dentro a costurar
Fatos que ainda não vi

Mas que hão de vir na magia de um dia-a-dia
E quando ouço a tua voz
Ouço mais, que ouço nós
Ouço mais, que ouço nós
Ouço mais, que ouço nós


Meus queridos, felicidade tem sabor!

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11.9.07


Carta para um amigo

Caio, já faz um tempo que eu não paro o meu tempo pra escrever pra você.
Talvez eu tivesse esperando um motivo especial ou talvez vários motivos especiais. Como você mesmo disse uma certa vez: “a gente não deve permitir que as cartas se tornem obsoletas, mesmo que talvez já tenham se tornado”.
É setembro, mês bonito e de ventos fortes.
É dia 12, dia todo teu. E a carta é sim para desejar um feliz aniversário! E ainda dizer que “a gente atravessa setembro” e pra nós virginianos isso é sempre motivo pra sorrir. Acredito que já tenhas realizado seu sonho de ser mago... para mim tu és agora um mago e te imagino numa bata cumprida azul clarinho, com teu lenço estampado na cabeça, chinelos e fumando um cigarro, - um mago que fuma cigarros - olhando os transeuntes com ar misterioso, como quem olha e ultrapassa os tecidos epiteliais, adiposos, os músculos e se apossa do íntimo alheio. Bom tentar desvendar o íntimo alheio num simples olhar não é?
Aposto que num dia como hoje você já teria feito seu mapa astral, pra saber onde o bendito Saturno estaria dessa vez...
O meu é de uma beleza de arrancar sorrisos, é tempo de confinamentos que trazem felicidades discretas, sutis; é tempo de produção, escrever, escrever, escrever; tempo de canalizar os karmas que vêm pra tirar o foco de foco; é tempo de egocentrismo barato e um egoísmo um tanto delicado, a gente melhora com esse tal “tempo” não é? Quase consigo ver você repetindo pra mim: “a vida é muito curta e sacrifícios demais simplesmente não vale a pena”.
Chega uma hora que você olha tudo em volta e se depara com um amontoado de coisas erradas, bagunçadas e fora do lugar. Virginianos sofrem com as bagunças, principalmente com as internas... e você que já revirou tanto suas gavetas internas, bem sabe disso. E aproveitando a metáfora, tem momentos que não cabe mais que compremos novos armários ou até mesmo cofres pra guardar o que julgamos ser mais precioso. Aqui dentro está tudo devidamente arrumado agora. Joguei um bocado de coisas fora, quebrei outras, ateei fogo nas que aparentavam ser mais fortes; há gavetas vazias para o que é novo, há gavetas arrumadas para o que merece um lugarzinho bonito.
A gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pras pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi porque evitar a fossa. Se a fossa veio é porque ela tinha que vir. O negócio é viver ela e tentar esgotar ela”. Me esgotei até a última gota nesse ano ímpar que passou... Com todos os níveis de hipérboles que tenho direito.
Aqui as coisas continuam na mesma ou talvez piores em alguns aspectos. O mundo tá reviradíssimo! Essa coisa de política é o que há de mais nojento que nós humanos podemos “assistir”. A meu ver, a política é a primeira camada do que compõe o que chamamos de ambição. Político me remete muita fúria Caio, muita, entre outras coisas, claro!
Os adolescentes de hoje são meio retardados, se apegam a entorpecentes logo cedo e acham que dominam o mundo, quando na verdade não dominam nem o mundinho ignorante deles. Alguns adultos têm adolescência tardia e caem no mesmo bacanal achando tudo lindo, esquecendo que mais fácil seria usar um nariz de palhaço e blah blah blah blah...
Mas é isso Caio, quando é pra parar um segundo e pensar na presentificação do mundo, dá um nó por dentro, uma vontade de sumir, porque é tudo tão supérfluo e insensível, é uma incapacidade absurda de ter autenticidade e permanência, de se fazer mais humano... e como diz Heidegger, é o tal do Geworfenheit [ser-lançado-no-mundo].
Respeito é humildade. Caio, ninguém mais sabe respeitar hoje em dia, ninguém!
Endureci um pouco, desacreditei muito das coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções”.
Saturno tem rondado por aqui, de um jeito extremamente calado, não é gritante dessa vez. Vai me levar pra onde a bússola não aponta Nordeste, ou seja, pra onde “eu” quero. Determinei! Tá tudo catalogado!
Não me canso de te ler e de pensar que talvez eu ainda passe mais dois anos matutando tuas palavras... isso muito me alegra, mesmo que seja uma análise de toda a tua melancolia. A gente não se deixa, a gente não se larga, a gente se ama, mesmo tu estando bem longe. Hoje, mesmo que só em pensamento, comprarei um bolo de chocolate bem gostoso igual o que teve no meu aniversário, para tu se deliciar de coisas boas, vou comprar uma garrafa de uísque e te darei de presente um livro da Woolf - para que não seja preciso roubar novamente - ; flores, incensos, um disco da Billie Holiday, um caderno pautado branquinho, branquinho - pra tu rabiscar os teus dramas bonitos -.
E a gente vai sentar na varanda de cá, pra deixar os ventos de setembro nos acarinhar um pouquinho e levar qualquer que seja o tormento, porque sempre há, sempre haverá um triz de tormento, por mais tolo que seja, faz parte dessa coisa de “ser”.
E sem modéstia, somos bons virginianos, que temem Saturno, que vencem Saturno, que conseguem arrumar as gavetas internas e talvez sejamos os únicos, que dessa limpeza nos fazemos melhor.
A gente sabe que aqui, “tudo aos poucos vira dia e vida”.

Feliz aniversário!
Carinho muito, Luana.

escolhi "angie" porque sei que você gostava de ouvir. dá o play

10.9.07

Teresa mandou uma carta digitada [hoje em dia ninguém mais manda carta escrita à mão... hoje em dia as pessoas quase não mandam cartas]:

Amiga, estou escrevendo para dar uma péssima notícia.
Não passei no vestibular!
Fiquei triste claro! Mas fora isso estou muito feliz.
Arrumei um namoradinho. Bem, ele ainda não é meu namorado assumido [porque ele tem uma namorada, mas isso é segredo]. Sou o que todos chamam de “amante”, não gosto dessa palavra, prefiro pensar que serei a futura namorada dele...
Ele é meio escrotinho, mas acho que quando tiver mesmo comigo, eu vou conseguir botar ele nos eixos, ensino o que é amor, levo ele pra dançar um bom forró, pra assistir a novela comigo.
Todo dia ele diz que vai largar a namorada dele pra ficar comigo, mas sempre a desgraçada arruma um problema, uma viagem, uma febre, uma dor de barriga...
Mas sei que ele já me ama. Tem ciúme de mim, até dos cachorrinhos que mimo na rua ele tem ciúme... vai me dizer que isso não é amor? Vou esperar o tempo que for... Ele até deixa eu ficar com outros carinhas... Eu fico, mas não gosto muito, meu coração já é todo dele, o povo aqui diz que só pego kafuçu nas discotecas, mas não tô nem aí... meu negócio agora é ser feliz, ter alguém pra tomar um engradado comigo, pra dançar até cair. Tudo bem que sempre chego nas festas sozinha, durmo sozinha, não tem ninguém pra amar de verdade [pelo menos até meu namoradinho largar a outra lá], mas o lema é ser feliz e pronto!
No mais tá tudo bem, meus amigos disseram que eu não passei no vestibular porque fui fazer a prova embriagada [inventei de sair na noite anterior pra esquecer a ansiedade].
Não acho que tenha sido por isso, a prova tava mesmo difícil.
Tu acredita que a redação era pra fazer uma dissertação sobre a importância da Amazônia para o país?
E lá sei qual a importância de um lugar que eu nunca fui!
Fora a prova de literatura, perguntas para interpretar coisas do livro do Guimarães Rosa, aquele lá... num sei o quê das veredas... li o livro todinho, de cabo a rabo, mas até agora num sei se Diadorim é homem ou mulher!
É isso... estou feliz!
Sempre lembro de você por aqui... com saudade.
Porque por incrível que pareça, fiz alguns amigos, gente boa, divertida, mas tudo que eu faço eles repetem a mesma frase que tu:

"- Teresa Teresa, não brinca Teresa!"

Se eu fechar os olhos até consigo pensar que é tu do meu lado repetindo essa ladainha.
Beijos, Teresa.


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"Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias"
[Fernando Pessoa]

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Mágoa é coisa tão de dentro, tão de dentro.
Que de fora ninguém nem vê.
Ninguém sente.
Ninguém quer saber.

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O fim da era abissal foi lindo!
Festinha lotada, comida boa...
De todos os amigos que ligaram e convidei, faltaram poucos, bem dizer só seis.
Teve o melhor bolo do mundo.
Muitas fotos dessa vez...
Adorei a presença de todos, a alegria, os presentes, os cartões lindos lindos e os e-mails e mensagens de celular no dia seguinte, dizendo que a segunda-feira começou feliz...
Pra mim também. Amo vocês!

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"Como caber em seu juízo lugar tão grande?"
[João Carrascoza]

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Preciso te contar que agora tenho as unhas grandes e que irei pintar com esmalte café.
Hoje ainda é segunda-feira e quase as roí de tamanha ansiedade.
Ainda demora para que o calendário me traga o sábado.
Quero comprar uma blusa nova e uma saia de tecido mole, pra que eu dance pouco e pareça muito.
Passarei a sombra preta nos olhos, colocarei aquele brinco que uso quando quero ficar bonita.
Precisa sobrar uns trocados... talvez eu te pague uma caipirinha.
Talvez dessa vez você dance comigo e cante Re-Offender bem alto.

Talvez, dessa vez, a noite seja bonita!

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6.9.07

Quando o amor tem a cor cinza

Acordei ansioso naquele dia, porque não era um dia comum, como aqueles de rotina cansativa que eu costumo ter e que sei exatamente o que vai acontecer de hora em hora. Na verdade era sábado, mas não era um sábado qualquer, por sinal tava um dia lindo lá fora, um cinzameioazulado.
Levantei da cama imediatamente, tomei um banho quente, fazia um pouco de frio na grande São Paulo. Escolhi a blusa verde, a que ela me deu na nossa última ida ao shopping, coloquei um jeans, o tênis e um casaco pra aquecer o corpo. Não esqueci da caixinha. Passei na floricultura do Sr. Paulo que fica numa esquina bonita aqui da Vila Mariana, comprei Lírios da Paz, grandes e de um branco tão límpido que parecia gritar um amontoado de expectativas que nascem da doída vontade de que do nosso relacionamento brotasse um pouco mais de paciência, de uns tempos pra cá a gente andou discutindo por muitas besteirinhas.
Peguei o metrô, fui até a Consolação, toquei a campainha da casa num tremelique absurdo tomando o meu corpo, era o frio e o nervosismo de estamos comemorando nossas Bodas de Papel; quis fazer diferente dessa vez, já que ela sempre reclamava da minha “falta de comemoração”.
Odete abriu a porta resmungando que a Ju ainda estava dormindo.
Perguntei se eu podia acordá-la? E assim que me respondeu de forma positiva, fui logo subindo as escadas sorrindo numa felicidade incontestável.
Lá estava ela, dormindo toda coberta sem sequer uma brecha pro frio.
Dei-lhe um beijo, ela acordou.
Me sorriu, se espreguiçou, disse um bom dia ainda sonolento e sentou na beirinha da cama.
Estiquei o braço entregando-lhe os Lírios.
Me sorriu de novo, dessa vez cabisbaixa, como quem fica envergonhada; nos abraçamos desejando feliz Bodas de Papel, nos beijamos como quem pede mais amor e tolerância para os próximos dias, meses e anos.
Desci para que ela tomasse seu banho sempre muito lento, para que depois a gente pudesse ir até o Parque Ibirapuera, passear, ganhar o dia, andar de bicicleta [promessa que fiz no primeiro mês de namoro e nunca cumpri].
E foi exatamente o que aconteceu, ganhamos o dia, em passeios e comilanças, alugamos duas bicicletas, pedalamos cortando o vento frio, o cheiro de verde, parecíamos felizes, estávamos felizes, eu com meus sorrisos sempre largos, ela com os seus um tanto acanhados. Coisa de frio, o frio às vezes desanima.
Era quase noite quando decidimos voltar para casa, deixei-a na Consolação e lá mesmo ela me deixou. Nessa mesma rapidez em que acabei de dizer.
Me faltou o ar; senti meu sangue paralisar em meu corpo naquele exato momento; como se o vento congelasse tudo em volta, me peguei dentro de um mundo absurdamente vazio, o barulho da minha respiração acelerada ecoava como se não houvesse mais nada em volta, nem cores, nem cheiro, muito menos sentido.
Um choro que pesava toneladas por dentro parecia preso no meu esôfago, em meus olhos, não consegui derramar uma única lágrima.
De repente me vem aquela ânsia de vômito, conseqüente de uma tontura, taquicardia, arrepios e acho que todos os sentimentos ruins que um ser humano pode sentir me tomaram naquele instante.
E ela ali, parada, pálida e cheia de lástimas. Até chorou um bocado, não sei se por pena ou talvez por alívio. Porque alívio quando num é como um sopro gostoso é um choro. Tem gente que chora de alívio.
Eu já sabia que amor não é só uma coisa de dentro, amor é leveza, amor é azul, amor é gesto... ela, ela não podia me dar dos seus poucos gestos que vinham do pouco de dentro.
Pedi com muito esforço um último favor, que me trouxesse um copo d’água que era pra eu ter forças e conseguir voltar pra casa. Foi a única coisa que consegui falar.
Trouxe a água e ainda algumas explicações desnecessárias que eu ouvia e davam a enorme sensação de que ela , sem nenhum pudor, enfiava uma faca bem do lado esquerdo do meu peito, me causando uma leve sensação de torpor.
Fui embora, ainda com a caixinha no bolso guardando um par de alianças que rodei a Paulista inteira para encontrar, porque eu queria anéis que ao colocar em nossos dedos, fossem de uma boniteza tão intensa que gritasse que ali era amor.
Depois daquele dia vivi os piores de minha vida. Sofri como se sofrer fosse a exatidão do viver... e é! E todas as sensações que senti naquela noite se perpetuaram por muito tempo. Meus dias foram se resvalando, resvalando, resvalando; até que depois de um ano, me ergui daquela tortura, do breu de mim, dos gostos ascos e de puro amargor, da dor, das dores.
Era julho, um outro Julho.
Eu passeava pela Liberdade, desde que ela me deixou eu me acostumei com o solipsismo, mesmo que agora sem sofrimento algum.
A praça como sempre cheia de cores, mas naquele dia acontecia a famosa Tanabata Matsuri - o Festival das Estrelas -.
Tinha alguns palcos para apresentações, estava toda decorada com ramos de bambu e enfeites de papéis coloridos que simbolizam as estrelas.
Fiquei passeando por ali, apreciando um pouco da beleza oriental, até que me esbarrei com um descendente de japonês que estava ajudando na decoração; conversamos por algum tempo, o suficiente para ele me dizer que a festa acontece para celebrar uma história de amor, e me explicou passo a passo a história e o ritual.
Comprei um tanzaku, papel onde podemos anotar um pedido, escolhi o de cor verde e nele anotei meu desejo, amarrei num sassadake - ramo de bambu - e esperei ansioso o início do ritual. Onde todos se reúnem e queimam os tanzaku para que a fumaça leve os pedidos até as estrelas.
Esperançoso voltei para casa...
Passaram-se meses e depois desse longo tempo, numa tarde qualquer, me peguei pensando naquele dia, na Praça da Liberdade, naquela festa, naquele ritual...
Olhei meu quarto numa panorâmica, eu ali, sozinho, feliz. Felicidade sutil, epifânica, azul, quase ímpar... sorri, discreto e gostoso...
E compreendi que da fumaça sobram as cinzas e nas cinzas foi o que restou.

Perdido tavez, porque cinza era também a cor daquele amor.

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2.9.07



.baim de bacia. eu e ele. ele e eu.
.baim de prainha. eu e ele. ele e eu.


Aprendi com Kardec que nada aqui é em vão!
Os amigos, os conhecidos, os grupos primários - isso mesmo, a família -, nada é em vão.
Aprendi também que antes de vir pra cá, o moço lá escolhe a dedo, pra começar uma nova história ou para terminar alguma inacabada. O fato é que essa e minha crença!
E já me perguntei diversas vezes que missão é essa que me botaram para vir com ele? Ele que é tão lindo, tem o coração tão puro e um romantismo absurdo. Ele que é minha versão masculina virada ao avesso.
Lá na reunião eles disseram que, ou seria para aprender a se amar - porque antes éramos tomados de muito desamor - ou seria para aprender a se separar - porque antes éramos tomados de muito amor -.
Levando em consideração que já vai fazer 10 anos que saí daquele Norte e que saudade hoje é minha sina! Compreendo que, já fomos tomados por muito amor, antes, bem antes... talvez seja isso. E agora nos amamos do jeito mais manso, em qualquer que seja a distância, pelo fio ou pelo avanço maravilhoso da tecnologia.
Seja Norte ou Nordeste, Sul ou Sudeste, meu amor vai sempre romper barreiras, estradas, mar, rios e céus. E estarei te amando de um jeito todo silencioso. Rezando ao cruzar as mão para acalentar o sono. Estarei sonhando na tentativa de no sonho realizar os teus, pra te roubar um sorriso, mesmo que perto eu não esteja, será sempre muito simples fechar os olhos e imaginar teu rosto ao lado do meu, tu me acarinhando com tua mão pesada... consigo pensar que hoje é sábado e tu me roubas pra uma dança, quase consigo te ver “torrando” uma picanha porque sabes que gosto de carne bem passada; tu fazendo “cerveja suja” naquela cozinha enorme, porque acha muito bonito me ver embriagada; consigo sentir o calor das tardes quentes e tu me levando pra tomar aquele sorvete de tapioca e depois olhar o rio, o barco cortando o rio, o rio cortando as árvores e teu amor que chega quase rasgando alegria em mim, e só de imaginar dá um rebuliço gostoso por dentro dando a certeza de que isso sim é que é amor.

Só nos meus sonhos o azul do meu mar se encontra com o marrom caramelado do teu rio, do nosso rio.
Só nos meus sonhos meus carinhos são desinibidos e te boto pra dormir e te acordo com um beijo, aquele beijo.
Só nos meus sonhos enxugo tuas lágrimas e assopro teu peito, às vezes inflamados, às vezes só arranhado querendo atenção.
Só nos meus sonhos te amo de um jeito todo calado, para que a nossa próxima missão não seja de birra.
Só nos meus sonhos eu abro espaço dos meus para sonhar os teus, porque tua felicidade é minha e meu sorriso é conseqüente ao teu, afirmando que seja qual for a distância, nossos laços serão eternos.

Feliz aniversário pra nós!

te AMO!

manão, a música é presente virtual, que sei que tu gosta. dá o play