30.5.06

Momento Diarinho:

¬ Um blog jogado às traças, jogado às teias... O fato é que há muita coisa pra ser escrita e esse blog às vezes parece pequeño pequeño. Há também uma falta de tempo enorme, pelo menos um tempo psicológico. Trabalhos a fazer, "a palavra dilatando horizontes". Projeto cultural da turma "Maluca". Antígona pra ler... etc etc.
¬ Tenho uma luminária de autista, em que a geléia esquenta e a bolhas sobem, e as bolhas descem e eu fico abestadinha olhando esse movimento sem nexo.
¬ O que toca nas caixas de cá é: Norah Jones, com a musiquinha Sunrise.
¬ Mãe, gosto do teu silêncio na caixa de comentários desse blog não, gosto não...
¬ "Aprendi a fazer com que as palavras deslizassem sobre o meu corpo, lentamente, como pétalas caindo no Outono. Mas agora sinto-as em ninhos sujos, separadas de mim, furando-me a cabeça e saindo-me da boca como se ninguém as tivesse dito, e nascessem e morressem sozinhas" [Inês Pedrosa].
¬ Eu vou fazer oficina, eu. A terceira margem da imagem (escrituras / visualidades), com Adolfo Montejo Navas, no Centro Cultural Dragão do Mar.
¬ Luana cultivando uma úlcera. Ai!
¬ O que me deixa feliz: dirigir meu carro com candiice ao lado, ouvindo música bem alto sem ter pra onde ir.
¬ Siuqwiuqioruiasjfdkjashfkjahwkzyxwaudade.
¬ O verbo de hoje é planejar.
¬ Eu sou a pessoa mais feliz do mundo porque tenho meu Ipod e uma máquina digital nova que deixa qualquer foto bonita. Sim, eu sou fútil às vezes!
¬ Toddynho é bom, toddynho é legal, toddynho é bom sensacional.
¬ Recado: Ciana, tu só aparece aqui nesse blog réi quando tu ta no Crato é? Arre égua! Saudade.
¬ "O vazio é o nome espacial do nada. No corpo ele é o estômago ou a tristeza. O vazio sempre está no corpo. Sou a favor de que uma pedra seja colocada na lugar do estômago" [Márcia Tiburi].
¬ Das palavras bonitas: coisinha.
¬ Porque viajar deixa a gente liiiiiiiisssss...
¬ Eu queria ser Caio Fernando Abreu!
¬ "Pois é, não deu
Deixa assim como está sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu consegui
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar
" [Los Hermanos].
¬ A Clarice dizia que a macabéa era tão pobre, tão pobre que só comia cachorro quente.
¬ Uma pitadinha de literatura coçando a beirinha do coração. Saaaai danada!
¬ Dica de filme: O terceiro olho [pra não piscar um minuto] / Uma vida Iluminada [pra achar tudo lindo].
¬ Selig!!!
¬ LELLA, o prêmio é nosso! \o/
¬ Das coisas que eu queria hoje: Meus trabalhos todos feitos.
¬ Vontade de dançarrrr rrr rrr r rr rr rr rr r r r...
¬ O Centro da cidade continua lindo...
¬ "Tudo aos poucos vira dia e a vida - ah a vida - pode ser medo e mel quando você se entrega e vê, mesmo de longe". [do Caio]

24.5.06



O sol demora a se pôr de lá de cima.
Talvez porque o lá em cima parece não acabar nunca e tudo tem tamanho de caixinha de fósforo.
Carreguei dez pessoas dentro do peito; cada uma com sobrenome saudade.
Até que chegamos em São Paulo, eu e ele.
E São Paulo é grande mesmo quando vista de lá de cima. Uma cidade cinza, um facho de luz cruzando os prédios...
O MAM; o MASP; Pinacoteca; Estação da Luz; a Sé; Ibirapuera; 25 de Março, Vila Mariana...
Tudo é lindo!
Cidade para ser fotografada com o diafragma dos olhos, a cada passo, e eu definitivamente não sei descrever todas as imagens.
Então, peço licença ao Zeni e uso aqui suas aspas:

"É sempre noite no metrô, mesmo quando se desce pelas escadas rolantes com uma música na cabeça, que é como continuar a rolar no embalo do som, caminhando, ritmado, carregando o dia lá de fora. É sempre o mesmo breu e o mesmo efeito de imagens refletidas nos vidros, umas luzes que correm ao longe do túnel.
A música, boa música na cabeça e as pessoas que vão ficando menores na plataforma quando o trem acelera. Demora um pouco para se perceber que o escuro dura. Uns olhos que se fecham lentamente: ela pousa as pálpebras no lugar e volta a abrir os olhos e faz assim algumas vezes com um sorriso nos lábios pintados de vermelho.
A chegada do trem à estação. Bom quando o trem chega àquelas estações abertas, acima do chão.
Um pouco de ar, um pouco de luz. Dá pra ver a cidade (e a cidade se toca da existência do metrô).
O jogo de reflexos nos vidros da estação faz com que um poste de luz se encaixe no corpo de um homem. De pé, dentro do outro vagão. Seu corpo é poste e fiação, resistência e ligações clandestinas.
Os grandes cílios parecem que ondulam. O lápis no olho, a sandália no pé, as pernas cruzadas, a música: cruza e descruza as pernas e o sorriso está lá.
Tem uma bolsa no colo.
A cabeça se equilibra acima do poste: o homem no metrô, o poste lá embaixo na rua, unidos no vidro. O trem acelera dentro do túnel de novo.
Um grupo de garotas conversa sobre os meninos do cursinho. Os olhos de um velho de pernas cruzadas escorrem de visgo. O nervo, o vinco e o visgo. Desculpe incomodá-los, mas venho humildemente pedir uma ajuda, uma contribuição, que a situação não está fácil, são as crianças na escola e os velhos doentes...
As pessoas dormindo. Duas senhoras de pernas e pés inchados. Os office-boys e suas pastinhas. Os caras de terno. A música na cabeça. A escuridão do túnel. A música, que é um lance que faz pirar mesmo. Ficar no embalo da música. Que para quando o metrô chega na estação.
O barulho dos freios. As portas se abrem. Aquela gente toda saindo dos vagões.
Todos os sons (os que existem e os que não). A música volta e é como se ela tivesse só abaixado um pouco aqui dentro. As escadas rolantes - subindo, subindo, em velocidade constante - e de novo o dia, do lado de fora, que já dá para vê-lo surgir. A luz. Caminhando, ritmado. O som no máximo
".


e acho que as aspas explicam a minha preferência pela calmaria...

14.5.06

missiva.

eu cheguei lá em forma de envelope.
um papel com textura macia e de um azul clarinho bonito.
o carteiro deve ter entregue pessoalmente; e só ele pôde ver aquele sorriso bonito estampado no rosto dela, naturalmente os olhos ficaram apertados de alegria e a face corada, como ficava quando a timidez me permitia desabrochar sentimentalidades, mesmo que confusas ou certeiras demais, porque nem sempre eu guardava tudo que sacudia, mas vez ou outra eu recuava algumas ações, pra evitar reações negativas. funcionava, funciona.
ela desligou o fogo que fervia a água para passar o café fraco e açucarado - ela sempre faz café no meio da tarde - foi para o quarto, sentou na beirinha da cama; o azul das paredes parecia mudar para um azul também clarinho, feito o do envelope, como um degradê, e meio que sem entender o porquê da minha visita... ela me rasgou.
com os mesmos dedos finos e macios que me acariciava os cabelos quando o sono baixava as pálpebras e me fervia os pensamentos. que não passavam por um triz dos pensamentos dela... muito embora eu quisesse.
certamente ela tinha sentimentos sinceros e mais leves que o meu, na certa não sofria como sofro.
e então, ela me puxa sem medo do todo. talvez tenha pensado que eu teria chegado em forma de envelope apenas como mais um dos meus agrados.
e eu cheguei com o cheiro do mesmo perfume que uma certa vez ela disse ser bom.
tudo que tinha por dentro de mim, do azul, foi posto em cor vermelha, pra intensificar o que bulia todos os dias e me faltava o ar.
então ela me segura com toda aquela delicadeza que só ela tem.
presta atenção em mim...
passa pausadamente os olhos bonitos de sempre, com uma única certeza, a de não estar entendendo nada a respeito de minha súbita visita, apesar de eu ter lhe arrancado um leve sorriso a princípio. eu sabia que no começo seria de uma estranheza maior do que a que me possui, mas eu não podia silenciar, não dessa vez.
e com palavras alheias, descrevi o que era fumegante e bonito, de uma beleza que eu jamais poderia partir sem antes dizer:

"que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. torna-se desesperada, urgente. eu já não sei o que faço. não sinto nenhuma outra alegria além de ti.
como pude cair assim nesse fundo poço? quando foi que me desequilibrei? não quero me afogar: quero beber tua água. não te negues, minha sede é clara
".

e...
eu fui, mas deixei com ela o envelope e tudo que crescia em mim, mesmo que sem o seu consentimento.





11.5.06


eu ensoberbeço!

aprendi a língua do silêncio.
alguns dos meus pensamentos são grandes demais para o mundo, e o que compõe o mundo é pequeno demais para os meus pensamentos.
mas só um metro e meio como eu é capaz de guardá-los tão bem.
já fiz o teste de rabiscar numa folha de papel e depois joga-los fora; mas até os mais absurdos e mais insignificantes não merecem ir para o lixo.
quando tentam me escapulir; aperto os olhos, trinco os dentes ou então os boto para dormir mesmo que não haja sono em meu corpo.
e de repente eles surgem no sonho, alguns com cenários tão bonitos e coloridos; outros em forma de pesadelo, trazendo com eles a angústia, a taquicardia e a vontade de cobrir o corpo dos pés à cabeça com um lençol como se fosse um escudo.
por isso... aprendi a língua do silêncio.
e apesar de ter a sensação que uma hora ou outra irei explodir, eu, definitivamente confio mais em mim!

eu e meus afogadilhos...

7.5.06

sem título

dias que já nascem azedumes...
acho que herdei a fortaleza da minha mãe, só pode! e o que sei é que tenho precisado purificar minha casa imediatamente. acho que vou ao centro comprar incensos; um anjo com nome de ieiaiel; irei à praia essa semana, tomar banho de mar e deixar que as ondas levem tudo de ruim; rezarei 30 pai nossos e 20 ave marias para àqueles que têm a vida péssima e acha que todo mundo que é feliz tem de estar no mesmo barco.
vou ao salão gastar o "meu dia de noiva de todo mês", pagarei caro para uma boa depilação, sobrancelhas modeladas, unhas lixadas e cobertas de esmalte clarinho, banho de lua, cabelo aparado e muitas revistas de fofoca; é bom ver que pessoas bonitas e famosas sofrem com coisas corriqueiras, também.
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"e hoje não. que não me doa hoje o existir dos outros, que não me doa hoje pensar nessa coisa puída de todos os dias, que não me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado. que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda." [do Caio]
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o nome é "pacto maldito".
não sei se porque ando com minha sensibilidade por um triz, só sei que esse filme me causou uma angústia inexplicável, mas mesmo assim, não faz com que eu evite de dizer: é um belo filme!
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a louca que mata os pais; o jornalista que não é preso; o mensalão; um palhaço fazendo greve de fome, um outro de braços cruzados; advocacia profissão do cão; a bolívia a bolívia...
e eu...
eu...
"vou-me embora pra Passárgada!"
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lá onde faz onomatopéias de tum tum tum...
não há espaço pra mais ninguém!
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La puta madre!
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3.5.06

Momento Diarinho:

¬ O que faz barulho aqui é: Jamiroquai [mas não sei o nome da música].
¬ Trocadilho: O meu porto é seguro.
¬ Das palavras bonitas: ruptura.
¬ Porque AQUI é bom demais!
¬ "Minha solidão, na volta de tais encontros, era grande e árida. Cheguei a ler livros apenas para poder falar deles. Mas uma amizade sincera queria a sinceridade mais pura. À procura desta, eu começava a me sentir vazio. Nossos encontros eram cada vez mais decepcionantes..." [Clarice Lispector]
¬ Dica de filme: Nicotina.
¬ Luana, é o seguinte... O segredo da vida é segredar!
¬ Aos que gostavam do tal "LIBÉLULA", comunico que o mesmo foi deletado. Só me resta este ensaboado blog, que não deixa de ser o meu xodó. Never!
¬ O gol vermelho voltou a gemer estranho. Minhanossasenhoradosautomóveis. Dá-me paciência!
¬ "Experiência é o nome que todos dão aos seus próprios erros" [Oscar Wilde].
¬ O verbo de hoje é: perdoar.
¬ Uece, por Deus! Se manifeste.
¬ Depois de perder quase dois quilos; de ficar uma semana de cama achando que o mundo é uma escrotice; que todas as pessoas são egoístas, más, etc etc etc...Que Fortaleza é uma bosta; que eu sou a pessoa mais abestada do mundo. Eu me levantei! Porque não vale a pena... não não. Mas ainda assim... Viva a passiflora. Vivaaaaa!!!
¬ Fazia tempo que eu não sentia mais o gostinho dessa angústia de ter que entregar trabalhos no prazo, de pensar tema; ler isso, ler aquilo... Até que defini. O lance será: A literatura dilatando horizontes. E eu vou me atracar ao Diderot, caso alguém tenha livrinhos do moço para me emprestar, ficarei grata.
¬ Beijo na Juju que foi pro show do Cardigans na Alemanha e disse que lembrou foi muito de mim, e que tirou mil e uma fotos, zipou num arquivo e me presenteou com a Nina e companhia na minha caixa de e-mails. Brigadinha curió.
¬ "Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá... Lá vem o pato para ver o que é que há".
¬ Eu não sei mais jogar buraco.
¬ Planos: festa do tacacá na PF. \o/
¬ 10 - 1 = 9 + 3 = 12.
¬ Quero agradecer a "MY BEST FRIEND VIRTUAL" pelas quartas bonitas. Ganhei um novo par de olhos. Thanks!
¬ Lendo: Seis Passeios pelos bosques da ficção. De, Umberto Eco.
¬ Manhêeee, num é porque eu deletei o fotolog que tu vai parar de deixar vestígios teu no meu mundo virtual. Ande... o bloguim ta aqui.
¬ "É bom, às vezes, se perder sem ter porque, sem ter razão.
É um dom saber envaidecer, por si, saber mudar de tom.
Quero não saber de cor, também.
Para que minha vida siga adiante
" [Los Hermanos].
¬ Precisando de uma tarde no centro. Eu.
¬ Plantando carinho, colhendo amor.
¬ Vou dar meus peixes! Pois é, dia 17 viajo para São Paulo e estou dando porque os bichinhos morreriam de fome dentro da minha casa, e não porque acreditei na superstição da minha tia, quando disse que não é bom ter aquário em casa, que dá azar... O fato é que desde janeiro não consigo ler nada, não consigo escrever nada e muito menos acordar cedo, durmo pelas madrugadas, acordo pra almoçar, ando fraquíssima, não como direito, hipoglicemia... Tudo tem dado errado! O projeto para a secretaria do Acre; o estágio acolá; meus contos... minha máquina quebrou; o meu carro pede arrego... tudoaomesmotempoagora. Mas eu vou dar os peixes porque vou viajar para São Paulo. Só por isso. Eu nem acredito em superstição. Pois...
¬ "Um dia seria para sempre: e eu só tenho esse centro talvez escuro de mim, onde me agarro" [do Caio].
¬ Tô topando convites para ceveja-ja.
Já?

1.5.06

conta gotas



vontade de ir para a rua, botar a língua pra fora e sair aparando os pingos.
um, dois, três, quatro, cinco...