31.12.08

Quando se está à margem de tantos clichês, é preciso exprimir e pintar de olhos fechados.

Penso branco quase ofuscante.
Separo e escolho as cores, a largura dos traços, as texturas.
E em mim, no mais profundo de mim, desenho imagens nunca vistas;
Tão nítidas, leves e bonitas, posso emoldurá-las
E pendurá-las num canto visível para que todos consigam ver.
Contemplo-as, mesmo sem o seu consentimento.
Esqueço o ontem, penso na margem e na simbiose dos dias.
No entre mim e você.
No intervalo de som que nos liga,
Ecoa dorido.
Penso no vazio do espaço que nos separa,
É frio como a solidão.
Penso na distância do toque, no tempo que é preguiçoso.
Eu mudo a cada ladrilho ficado para trás.
Mais adiante, lá estão os clichês, grandes e de inúmeras cores, rasgantes e de um intenso quase breu,
É todo sincero!
E sinceridade é o traçado das belas imagens.
Ventura indizível, euforia precisa.
Dos ladrilhos que passam, ficam e vem,
Absolutos, reais e concretos,
Construo paredes;
Nelas penduro as imagens que saem de mim ondeando.
Permito-me!
O bom é remoçar no tom das cores e nelas ver-te.


eis que 2009 começa beeem felizinho!
dá o play na seta!

13.12.08

Blog que é blog tem lá um punhadim de exposição não é? Pois vamos lá!
- Belo Horizonte é de um quente de sangrar o nariz. E Belo Horizonte mapeadamente desorganizada continua sendo sim um bom lugar!
- Radiohead no Brasil e eu presenteada! Rio de Xaneiro [só espero que o carnaval não dure o ano inteiro].
- Falemos de televisão: Capitu é de uma belezura de fazer a gente esquecer por uns minutos que estamos assistindo em rede nacional. Bem, a trilha é linda, mas Beirut com Elephant Gun não é para a tal rede nacional, Beirut é pra mandar mp3 pra paquerinhas e apaixonar, é pra ouvir com bons amigos bebendo um óootimo vinho ou para aqueles que sabem apreciar uma boa música. Quanto aos personagens, o único que precisaria de mais expressividade seria Bentinho na sua adolescência, e as intervenções contemporâneas no meio da filmagem são estranhas mas acostumáveis, no mais... Tudo absurdamente lindo!
- Dois mil e nove inicia com um tiro na saudade, resolução de pendêcias e consequentemente, definições. Ótimas [eu espero!]
- Descobri que para perder a alma, basta 6 doses de tequila! E descobri também, que isso não é atitude bonita para pessoas de 27 anos. Adolescência no more!
- Depois de analisarmos os nomes de determinadas operadoras de celular [Oi, Vivo, Claro], eu e Mirella Adriano decidimos que vamos abrir uma operadora chamada: COnTUDO. Hahahahahahaha... mais genial não há!
- É bom, beeeeem bom! Pois, baixem Little Joy! E se confirmado, quem quiser pode vir ao show da banda em BH.
- Recebi e-mails perguntando sobre o texto escrito dia 03/12. Meu povo, minha vida é uma realidade ficcional, quando não, tenho um alterego perturbador, acreditem.
- Ultimamente tenho sentido saudade absurdas dos amigos que mal conquistei.
- Andei mexendo nas novas configurações que a google oferece para modificar o template do gmail. Dentre muitas escolhi o template casa chá, da raposinha. Fiquei apaixonada em acompanhar a vida da raposa, eu abria a caixa de e-mails e já ia correndo pra ver o quê ela estava fazendo [quase um big brother virtual]. Com o passar dos dias decorei todinha a rotina da raposa, que acorda, colhe flores, dá banho nos passarinhos, varre a casa, lancha com o macaco, toca flauta, poda o bonsai, acende as luminárias, pinta, pesca, faz a janta e vai dormir.
Fiquei pensando no quanto a raposa faz coisas saudáveis e felizes, mas numa repetição que cansa até quem vê. Se pudesse eu lhe diria: Ah rapoooosa, a vida precisa de movimentos contrários. E tenho dito!
- O ano termina e começa em dois extremos, Norte e Nordestes. E eu só sei que saudade é como traça em papel.

Meu povo, sem mais bobagens... próxima postagem escreverei diretamente do Acre, com sabor de cupuaçu e cheiro de chuva forte.

Inté!

dá o play na seta!

9.12.08

das atividades no gerúndio:

luana podando o tempo.
podo-o ou poda-me.

dá o play na seta!

6.12.08

lá fora
há uma alma perdida no espaço.
parece cansada, buscando por algo,
ausência de sentidos;
não quer o castigo do corpo.
volta!
a vida é mesmo essa permanência de contrários em movimento.
o tempo é cínico.
e o teu lugar é aqui!
conduza-me.


dá o play na seta!

3.12.08

dos sonos pesados.

Tive um sonho estranho, mais um daqueles sonhos estranhos que deixa a gente pensativa o dia inteiro, que faz a gente sair na rua esquecendo o motivo o qual saiu de casa.
Não era preto e branco como os outros, na verdade haviam cores, não as mais belas e muito menos intensas, mas haviam cores em tudo.
No sonho, Eu era Ela.
E éramos camufladamente iguais.
E sendo Ela, ao acordar, Eu consegui entender e me perder naquilo que é mais humano de todas as coisas, o amor; esse sentimento que se esvai no meio de outros tantos, de egocentrismo, desejos, inveja e todas as pragas soltas por Pandora.
Bendito barco de clichês! Que no melhor do embalo deságua em ondas gigantes.
E por falar em ondas, Eu sempre sonhei com ondas gigantes e tenho pavor delas! Eu, e não Ela.
Ela era uma onda, - não neste sonho, mas numa realidade quase cega - daquelas enormes que sempre rompem o limiar dos sonhos e me levam pro maior dos pesadelos.
Nesses pesadelos Eu sempre me vejo minúscula diantes delas.
Me cobre , me assolam e me levam naquela imensidão temerosa sem controle algum.
Desfaleço nelas.
Meu medo era maior, meu medo sempre foi maior, me corrói, vai corroendo, corroendo, diminuindo cada vez mais e mais e mais, até que.
Acordo!
Sempre angustiada e buscando entender as ondas, o sonho... Nessas horas Eu não queria acreditar tanto em sinais. Busco os sinais e me perco neles, feito formiga perdida no meio de tanto doce sem saber qual pegar para si.
Essas ondas são e sempre serão tudo aquilo que me toma, tudo aquilo que é rasgante em mim, os desejos, os medos, os sonhos, as buscas e o que há de mais obscuro nas entranhas das minhas vontades.
Mas voltando ao sonho em que Eu era Ela.
Estávamos num quarto de cor bege envelhecido. Toda vez que eu acordava, olhava pro lado e a via esticada na cama estreita, olhos cerrados, respiração lenta, silhueta descoberta pro calor do dia que já havia chegado, ela sempre permanecia na cama no esquecimento do tempo, tinha uma vida mansa de gente despreocupada com a tal responsabilidade ou até mesmo peso da idade.
Ela era tudo que eu buscava como coisa realizada; o carinho, a dedicação, o amor, o muito amor quase exacerbado.
Eu sempre quis alguém como ela; eu queria ser e amar como ela; porque na verdade eu nunca amei, eu achava que sabia, mas eu não sei e nunca soube amar!
E me satisfazia tê-la em minha vida como realização de tudo aquilo que refletia como minha sede de ser um pouco melhor. Uma espécie de sustentáculo.
Com o passar do tempo, fui me cansando, me exaurindo de toda aquela vontade que eu não alcançava ou que não me remetia porque de fato eu não conseguia ser tudo aquilo que eu almejava, tudo aquilo que transparecia nela com todas as cores e simplicidade possíveis.
Me vi fracassada diante do meu maior desejo. E eu não queria através dela estar diante de todas as minhas falhas.
Precisei despejá-lo, fingir não tê-lo, arrancá-lo de mim como quem rói uma unha e cospe fora o pedaço tirado.
Ao acordar, ela me olha, com aquele par de olhos... nunca terei olhar tão sereno!
Me sorriu. Aquele sorriso genuíno de quem ama sem precisão.
E foi aí que rompi com minhas vontades e mais uma vez me camuflei numa realidade só minha, sem querer remediar.
Ela partiu.
Mas antes, olhou bem nos meus olhos - que derramavam meu fracasso. sim, eu chorava incontrolavelmente, é difícil admitir! - e me disse:
Tua alma é cega! Caminha nas sombras alheias em busca de uma realidade inexistente ou perdida numa ambição de algo que nunca será.
Mas dentro de ti, bem dentro de ti, há uma alma presa e melhor, que não precisa se espelhar em nada. Um dia, ao se olhar no espelho você há de [se] reconhecer!

E antes que o sonho me remetesse à ondas que me deixam menores, Eu acordei!
Melhor, bem melhor.
De lá pra cá Eu compreendo as ondas ou uma boa parte delas. Onda é como gente e gente é extremado! Vez ou outra a gente se perde em si, quando não, no outro, num altruísmo imperceptível.
E os sonhos...
Ah os sonhos! Os perturbadores sempre clareiam qualquer caminho interno por mais complicado que pareça.
E talvez Eu nunca vá me esquecer das ondas ou pelo menos irei lembrar delas não como uma falha de um sonho que busca ser pensando, mas como um quebra-cabeça montado, pois como dizia a Woolf: Ela falha; mas onde falha e por que falha só pode ser descoberto com atenção e algum tempo.

autor desconhecido. perdido em si ou num outro qualquer. dá o play na seta!

1.12.08

então dezembro inicia-se com uma conjunção de vênus, júpiter e lua.
e lá da varandinha, eu os observava me perdendo em pensamentos ou desejos.
um solipsismo em volta, dessa vez, bom de sentir!
silêncio dos gatos, da noite, do vento.
há sim de ser um bom sinal, de trazer boas energias.


ou muitas transformações. dá o play na seta!

26.11.08

tem dias que a gente acorda meio grão de areia;
daqueles que se perdem no meio da praia ou até mesmo na ausência delas.
e sabe-se lá quanto tempo dure esse "estar grão de areia" ou aonde vou, o vento é que me guia.
obstinado.

"There are places I remember
All my life though some have changed
Some forever not for better
Some have gone and some remain

All these places have their moments
With lovers and friends I still can recall
Some are dead and some are living
In my life I've loved them all..."


dá o play na seta!

17.11.08

Debruçada na cama, ela relia as cartas antigas, amareladas do tempo; os envelopes denunciavam a euforia do momento em que foram abertos.
Conseguia rever a cena em que o carteiro batia na porta da casa pra entregar carta daquele que acabara de sair dali.
Supreendia.
E nelas, palavras unidas na ousadia de decifrar o que antes era só de transparecer nos gestos mais simples e prazerosos.

Os dias passavam para modificar o branco do envelope rasgado.
Tão logo, o fardo.
Que não cabiam em cartas, mas na ausência delas.
Possível de decifrar também no transparecer dos gestos pesados, cansados e silenciados.
Agora a lembrança tinha a cor da saudade.

Do branco límpido,
Ao amarelo fardo, mas que cor a saudade tem?


dá o play na seta!

16.11.08

com o passar do tempo, as coisas vão ampliando, se alargando e é preciso crescer pra não se perder na miscelânea e expansão das coisas.

dá o play na seta!

14.11.08

dia desses falei com meus roommates o quanto eu acho ruim esperar ônibus sem ter um mp3 me distrair, tocando the killers e arrancando um sorriso de canto, fazendo eu pensar que toda segunda-feira é sexta. é ruim ficar sem mp3! as pessoas que ficam esperando o ônibus e também não têm mp3 simplesmente não conversam e fica aquele aglomerado de gente se olhando, intimidando, se intimidando, pensando em nada ou talvez em muitas coisas [como eu].
até tentei conversar algumas vezes... solto aquele puxar de papo patético do tipo: hoje tá quente não é? ou: parece que vai chover. mas nunca ninguém prolongava um papeado gostoso.
até que de uma semana pra cá eu paguei pela língua e já coleciono umas 3 estórias.
- fiz amizade com uma senhora simpática e que está doida pra casar o filho de 28 anos; no meio da conversa descubro que a mulher é minha vizinha. tagarelamos sobre tudo: casa, louça, estudos, família, dinheiro e assaltos [o tema do mês].
ela desceu no mesmo ponto que eu e ligou para o tal filho ir buscá-la, me deu carona até a porta da minha casa, me convidou para um chá e muito indiscretamente para fazer companhia ao seu filho.
ok, agora ganhei uma vizinha da rua atrás da padaria sabinão, número 601 e que deixou quase claro que me deseja como nora. prfff!
- conheci um estudante de geologia falante até demais, me contou que uma vez saiu da Ufmg bêbado com 2 laptops na mochila [6mil reais] e caminhou até a cidade nova [para quem não conhece é absurdamente longe], feliz feliz porque tinha passado em cálculo I [e já que o tema do mês é assalto, eu disse que ele era um sortudo, que podia ter chegado nu em casa].
conversamos sobre demais coisas e este mesmo rapaz me disse que Picos é a cidade da macumba. odorico meu roommate, natural de Picos, nega esta informação. alguém mais sabe me dizer se isso é verdade? [só por curiosidade, é que tenho pavor de macumba e saber disso seria importante, para o dia em que eu precisar visitar a família do meu roommate]
- o estudante de administração que veio do interior de Belo Horizonte [depois de muita conversa] veio me perguntar:
- aquiii, se eu for pro Ceará procurar emprego e no meu trabalho eu disser uma gíria daqui, tipo: "uai, a senhora só vai levar isso por hoje?"
o quê o povo vai fazer?
- ôxe, o povo vai rir de ti, ora mais!
- ôxe? hahahaahahaha...

parafraseando ney matogrosso:
de porto alegre ao acre, a língua só muda o sotaque.
bem dizer.

pois.
mp3 é o ca*****!
bom é conversar com estranhos!
quebrando toda as regras de mãe.


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6.11.08

2.11.08

Era uma manhã de sábado bonita, tinha chovido na noite anterior [fazia tempo que não chovia daquele jeito aqui, os raios clareando a noite, uma cena assustadoramente linda], a Av. José Cândido coberta de um verde que tinha até cheiro. Do lado direito da pista, as montanhas se escondiam numa beleza típica belo horizontina. Quase paro a caminhada só pra apreciar...
Mas apressei os passos para ver o que tinha mais e mais adiante, mesmo com o joelho pedindo arrengo, só pra ter por mais um tempo a paisagem que se cobria no azul amarelado do céu.
Me senti tão sadia naquele sábado, aliás, eu sempre me sinto mais viva quando caminho também nos finais de semana, penso logo nos games tipo super sonic, quando estamos buscando mais e mais argolas e quanto maior a quantidade, mais vida eu ganho.
Depois, tive ânimo para preparar um almoço farto quando se pensava que a geladeira era de um todo vazio. Leituras espanholas no meio da tarde, musicas e planos de cinema de graça num bairro bonito de Belo Horizonte.
Santa Tereza tem uma energia ímpar. E sair de casa pra ver filme de graça deixa qualquer pessoa feliz; teve jantar premiado, brigadeiro e toda a vida dos mutantes na tela grande pra deixar a gente pasmado.
Na volta, num quase domingo, o sábado se quebra como um cristal frágil, quando nos deparamos com um jovem perturbado, amedrontando e pedindo tudo que tínhamos de valor. Num instante, me cobri numa impotência que mais parecia cena de filme ou até mesmo um pesadelo.
Pensei em correr, mas em questões de segundos achei que seria feio demais morrer por causa de uma bolsa e, eu tinha que entregar minha bolsa!
Dentro dela ele levava o meu mundo.
Mas de todas as coisas que para ele seriam de muito valor, como cartões de crédito e celular, mp3... o que mais me doía era pensar que desse meu mundo, ele levaria de mim duas das pedras que me sustentavam desde um domingo de um ano ímpar, de um passado amargo quando percebi que na vida tudo é frágil como os cristais e que é preciso ter tato para não deixar que as coisas - amor, pessoas e estórias - se quebrem com tanta facilidade.
E meu domingo amanheceu dopado, sem alma e sem esperança - exatamente como naquele domingo aqui citado, [e tomo isso como um grande sinal], pois as minhas esperanças estavam guardadas num porta niquel vermelho que eu levava na bolsa e me sentia protegida como os escudos que conseguimos também nos games.
Minha força era bruta como toda turmalina negra e minha esperança singela e de um lilás clarinho, como toda ametista.

Agora, esse domingo quase segunda-feira vem finalizando com uma boa lembrança, porque no mesmo ano ímpar em que ganhei as pedrinhas, disseram-me: quando for a hora de não precisar mais das pedras, elas darão um jeito de se perder de ti e irão parar nas mão de alguém que precise delas.

Pois, que assim seja!

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30.10.08

Quando os abismos são de um todo branco.
Neles é possível sonhar.

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25.10.08

Esfacelamento
Quando na ausência de um toque, de olho no olho e leveza no meio de tanta tormenta, o que antes havia sido desenhando com lápis aquarelado – porque era sabido que qualquer que fosse a força das tempestades, dali haveria de formar uma imagem bonita, talvez um céu, uma pipa – se perde e se faz necessário o degelo quase que obrigatório de um sonho construído feito mosaico, de uma estória narrada de cor.
Era uma pipa de rabiola bonita e que num corte de cerol bem preparado, se rompe no meio do nada. E até que se chegue ao chão, é bonito de vê-la voar, sozinha, sozinha, numa lentidão só dela.

E em algum lugar, há sempre um menino serelepe, um outro menino serelepe, que avista e sai correndo atrás da pipa, numa disponibilidade ingênua de arriscar-se e remendá-la se for preciso.

Tão logo ela retoma no infinito azulado, dançante ao vento. Às vezes mais firme e mais colorida, ou num desenho aquarelado, porque seja forte ou não as tempestades, há de formar uma outra imagem bonita.


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20.10.08

saudade é gerúndio, é vento, é passado, é sina ou intriga do tempo...

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16.10.08

Solidão era:
Um apartamento.
Alguém.
Um gato.
Vazio?
Som ligado bem alto.
Vinho.
Contemplável.

Solidão é:
Um apartamento.
Alguém.
Um gato.
Cheio!
Som ligado bem baixo.
Ausência de vinho.
Indesejável.

--

Subiu a escada em passos tipicamente preguiçosos, um tanto atordoados também.
Cabelo rente e pele branca avermelhada do sol.
Sentou-se para ler Foucault. Parecia abusado; a testa franzida quase pedia que nos dias calorentos fosse proibido ler Foucault.
Eu, cabelo amarrado, pele branca avermelhada do sol, debruçada em teorias do cotidiano e suas narrativas.
O quê seriam das narrativas do cotidiano senão isto?
Era a segunda vez que eu e o via. Hoje, numa blusa listrada branco com azul clarinho, coçava a cabeça, abanava-se irritado, bufava o calor, desviava a concentração olhando constantemente o relógio...

Eu o observava com olhos de Netuno, quase lúdico.

--

Ansiedade é roer as unhas até que surja um gosto de ferrugem na boca.

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13.10.08

é na dança que a gente se perde,
é na perdição que a gente dança!

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11.10.08

São quase 11 horas da manhã belo horizontina.
Acordei a pouco [que feio!], e ainda não abri a manta bréga que uso como cortinas.
Mas um facho de luz que entra por uma brecha quase descreve um dia bonito lá fora. Estou pensando em não almoçar em casa! Só por hoje, pra poder sair, ver gente e sentir o cheiro da cidade.
Que cheiro essa manhã de sábado indecisa de frio e verão deve ter?
Eu que planejava correr hoje cedo, mas fui amarrada por um pesadelo essa noite e consequentemente, uma noite mal dormida, ando tendo pesadelos demais, penso inclusive em comprar um livro dos sonhos ou ler Jung. Não sei!
Há também nostalgia impregnada que faz com que eu sinta um bololô de sensações ruins, de se achar burra, preciptada, confusa e com medo, muito medo, mas daí explicar minuciosamente o motivo de tudo isso aqui, requer muitos posts e não cabe utilizarmos este espaço para um verdadeiro diário. Prefiro pagar terapia!
Mal acordei e vim pra frente da máquina, pra ficar mais perto do mundo ou o mundo ficar mais perto de mim ou pelo menos o meu mundo.
E o meu mundo tem dois extremos, quer dizer, agora, quase três.
E talvez seja por isso que se impregnam em pesadelos, confusões e medos.
Ou seria solipsismo?

Ok, acordei excessivamente nostálgica e confusa! Talvez eu seja um metro e meio que precise relaxar num divã [ou só preciso de alguém que me ouça pacientemente], por mais uma vez...
E talvez até sirva!
Por mais uma vez.

"Paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that I'm sad
I take my ride in melodies and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together
I can forget about myself trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
and please my day
I'll let you stay with me if you surrender"


dá o play na seta!

9.10.08

samba morena,
a dança imprecisa na ponta dos pés.
meu coração de sambista segue o tambor
e a lascívia ritmada do teu requebrar.

de longe vejo tua alegria,
arrastando meus sonhos na passarela,
perdida entre as serpentinas de carnaval.

não leva meu samba morena!
pois sem o alvoroço do samba
sou alma vagante, sem amor e sem dança.

sou samba sem par,
de pés parados no chão,
sonhando passos de cores em aquarelas
esquecidas no descompasso da ilusão.


--

aritimia
do Gr. a, priv. + rhýthmos
s. f.,
sem ritmo;
irregularidade nas pulsações
.

--

e viva a rima pobre!

dá o play na seta!

8.10.08

je étudier le français,
j'ai lu en français,
je pense en français,
je médite en français,
je rêve en français,

mais je ne suis pas d'écrire en français!
pardon.
não mesmo!


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3.10.08

bem, queiram me desculpar o palavreado, mas eu não entendo porra nenhuma de HTML!
e hoje, depois de bem dizer 3 madrugadas viradas para produzir um projeto sobre flânerie virtual, fui mexer na configuração do blog, tentar uma outra cor, dar mais vida, mudar.
é sempre bom mudar!
então pensei num verde. a velha cor clichê da esperança, já que outubro entra me arrastando de um jeito em que só posso me prender em fios de esperanças, sejam eles frágeis ou não.
então, mexe pra lá e pra cá e...
acabei deletando a caixa de comentários sem querer!
sem querer mesmo!
porque eu já disse que não entendo porra nenhuma de HTML!
e não sei porque diabos eu invento de mexer em algo que não entendo.
e...
eu já pedi um help para pessoas que entendem a linguagem.
portanto, não se assustem com as mudanças aqui e principalmente, se eu não conseguir resgatar o sistema de comentários.

pois, eu só faço M****!


--

saudade é sentimento que padece em simetrias

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29.9.08


Gato, bicho que muda a Gente
Debruço-me em livros, pasmada com a delicadeza incandescente e sutil benjaminiana.
Uma noite de temperatura indecisa, onde os cantos mais escuros da casa me faz pensar que ainda há inverno.
É domingo de quase segunda-feira e os vizinhos brigam incontrolavelmente.
Na minha janela não há cortina, pendurei uma manta brega pra tapar a luz do sol quando o dia chega. Prefiro dormir no escuro! Por mais inverno que pareça.
Abri a janela pra visualizar a discussão da vizinhança, porque “a curiosidade matou o gato!”
E por falar em gatos...
Há uma gata roçando em meu pé!
Os gatos são misteriosos feito gente.
Gente é um poço de dualidade, de inércias e agitações às vezes sem rumos, perdidas nos abismos internos.
Há situações que gato é como gente, gente é como gato e gato é melhor que gente.
Pois gato é bicho sabido, mais sabido que gente.
Porque gato vê a alma,
E gente é de uma cegueira contagiante.
Gatos são indiferentes por natureza.
Gente também!
Os gatos são egoístas e egocêntricos sem modéstia alguma.
Gente, por mais natural que seja, cobre toda essas características com uma máscara, camuflando a verdade como em tempos de carnaval, e brincam, ainda como se fosse carnaval.
Gatos são carinhosos quando querem.
Gente, às vezes nem quando devem.
Gato é bicho desconfiado e malino silencioso.
E gente só é malino silencioso, quando desconfiado.
Os gatos quando estão com raiva, viram bichos ariscos e armam um bote.
Gente, quando tem raiva fica arisco também e vira bicho, como os gatos.
Gato é quieto de dia e ativo de noite.
Gente é uma oscilação de ações que confundem até gatos.
Gato supre a falta de gente.
Mas tem gente que não supre a falta de um gato.

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26.9.08

paisagens dos sonhos segredam o tempo.
desgelam desejos,
se perdem no vento.
eu, flâneur dos meus pensamentos,
olhava tudo em volta.
os prédios, as ruas, os ladrinhos,
as folhas secas deitadas na
solidão da rua sem saída.
adentrava volátil o labirinto adiante,
"une femme passa, d'une main fastueuse,
soulevant, balançant le feston et l'ourlet".
eu, pensava na leveza das coisas abandonadas para trás;
há de ter beleza a efêmera presentificação.
roubava umas pedras, tateava as árvores;
enumerava as texturas de um só tronco de árvore.
e de repente, a cidade padece em silêncio.
guarda mentiras sinuosas,
verdades obscuras.
felicidades adormecidas em pêndulos parados.
paisagens oníricas desfalecem na curva mais próxima.
agora, eu, flâneur dos seus pensamentos.
observo tudo com mais nitidez,
um renascer indizível.
sou rei do meu caminhar.
mergulho sem medo no infinito das consonâncias.
te procuro errante nas ruas acultas.
onde andarás?
onde andarás?
inefável sensações tomam meu reinado,
roubam minha coroa,
estraçalham meu trono.
desaguo no mar de mistérios,
fecundo minhas interrogações.
antes que mais uma vez o sono debruce num sonho de saturno,
te procuro errante na fragilidade das noites.
onde andarás?
onde andarás?
agora, degredado em desejos,
tenho somente a cidade ao meu redor
.


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19.9.08

10 coisas para um dia feliz

1- ipês
2- correr escutando hot chip
3- internet pra romper distâncias
4- pensar num flâneur virtual
5- sair pra dançar em plena quinta-feira
6- cerveja suja
7- chuva de granizo, trágica mas linda!
8- jogar can.can
9- andar de patins
10- dormir no escuro


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5.9.08

pensamentos são como um caleidoscópio.
cada movimento, uma figura diferente.

dá o play na seta!

2.9.08

. dois ponto sete .

três de setembro de dois mil e oito, mês excepcionalmente de sol e mercúrio na casa cinco.

tendencioso de muitos sorrisos

rá!

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20.8.08

não há lugar para repousos!
se há sol,
desejamos chuva.
se há chuva,
desejamos córrego.
se há córrego,
que leve tudo.
se leva tudo,
no resta os quartos fechados em silêncio.
dos quartos fechados nos resta o pó.
dos pós, à solidão indesejável.
dá o play na seta!

11.8.08



debruçou-se e pensou:
por detrás das janelas, os dias passam e eu nem sei


dá o play na seta!

9.8.08

10 coisas para um dia feliz

1 - mamão com leite em pó
2 - caminhar
3 - uma tarde no salão
4 - SMS's
5 - origamis
6 - fotografar
7 - petit gateau
8 - a música preferida tocando no supermercado
9 - feira de frutas
10 - cafuné


dá o play na seta!

7.8.08

solilóquios na frente do espelho

a blusa amassada de noites de sono, dormia dia após dia, como uma fuga interminável. gostava de se olhar no espelho, se olhava e se olhava, apenas com a penumbra que perpassava pela janela do banheiro.
num gesto quase carente de tudo, alisava o cabelo; os olhos brilhavam perdidos na meia escuridão, refletiam tristeza ou ausência de.
um breu que vinha de dentro, tão dentro e tão fundo como os refúgios internos silenciados, transpareciam algo perdido numa pluralidade quase infinita.
vastidões dilatadas e inatingíveis.
se olhava e se olhava, num gesto que dizia tudo, dia após dia de noites de sono, ela compreendia que, há tanta profundidade num só sentimento.

dá o play na seta!

6.8.08

trama de velho:

eis que estou em meu quarto as 8 da manhã, acumulando coragem pra poder levantar em um pulo, até que, a vizinha do apartamento debaixo abre a janela para tagarelar com a vizinha do prédio ao lado, e Belo Horizonte tem uma coisa impressionante que é a acústica dos prédios, a gente finge não estar ouvindo, coloca o travesseiro no ouvindo, canta uma música, mas é inevitável não escutar os balbucios e ruídos da vizinhança.
e hoje, pela manhã, as duas falavam de seus reumatismos, escleroses e solipsismos; dorinha o nome da vizinha abaixo, nunca fomos apresentadas, mas ela é bem dizer meu karma belo horizontino, reclama porque caminhamos dentro de casa e não tiramos os sapatos, reclama que arrastamos as cadeiras quando precisamos jantar, "dondorinha" é a típica vizinha velha chata, que reclama de barulho, mas não sabe que é super desagradável escutar as conversas dela cedo da manhã, ainda mais quando o diálogo é mais ou menos assim:
- Oi dona dorinha... a senhora sumiu.
- Pois é, tenho ido muito à fisioterapia.
- A senhora vai hoje? Vem aqui em casa comer um frango com quiabo.
- Vou hoje sim, e só volto mais tarde. É tanta dor que você nem imagina.
- Sei... a sua filha vai levar a senhora?
- Não! Vou de ônibus.
- De ônibus? Mas dona dorinha, a senhora pode acabar caindo dentro do ônibus.
- Eu sei, mas é o jeito não é?
- Sabe o segredo que eu sempre faço?
- Hum...
- Levo uma bengala, rapidinho me dão o lugar!


eu cá pensando: absurdo esse papeado alto cedo da manhã; absurdo a pessoa não saber brigar pelos seus direitos dentro de um ônibus; absurdo a pessoa fingir ter problemas e quando o Sr. lá de cima lhe botar uma doença verossímil, quero ver achar bom andar de bengala.

meu povo, melhore!

dá o play na seta!

29.7.08

deixou um bilhete com letra trêmula quase ilegível:

Há temores que moram na ponta do lápis; marco um X e elimino um, e outro, e outro e...
Os dias sempre renascem!
Tão logo abrirei a janela e lá estará Agosto, o apreenssivo da vez; mês sonso para todo virginiano passível do verbo debandar; trará Marte pra iniciar uma guerra interna, senão, nietzscheana. Arrancarei meus eus e minhas cascas com a ponta da unha, levemente, até que surja o rubro do sangue pra fazer jus a cor do planeta.
Energias perturbadoras rasgando entranhas. Pequenas projeções.
Durmo, durmo, durmo, numa sonolência coberta de fraqueza e desgostos; se me vissem sentiriam um sabor asco na boca. Repulsa!
Não, não me olhe! Sou apenas uma projeção inacabada ou acabada por completo. Não me olhe!
Hoje me dissolvo no conta gotas do tempo.
Quando Agosto estiver por ir, logo abrirei a janela, e lá estará o sol, lembrando ipês e laranjeiras, Setembro sempre me lembra cores quentes.
Me cobrirei com a haste de trigo e foice, e eliminarei o tempo com mais um X; embrulharei num papel rosado - disseram-me certa vez que rosa é a cor do perdão - e o levarei comigo, numa atitude mútua, aonde quer que eu vá, para que não deixe o tempo no vácuo.
Na vida, nem tudo se paga com a mesma moeda!


BG com letra que complementa o post. dá o play na seta!


27.7.08

Há em mim fases transeuntes.
Algumas desorientadas,
Outras mapeadamente organizadas,

E todas absurdamente passageiras.


dá o play na seta!

24.7.08

Repouso, quase sempre sem cansaço algum; deito, olho para o teto, um bege tão bege que enjoa, um tanto vertiginoso.
Penso no tempo às vezes tão fugaz que mal consigo demarcar o amanhã; hesito proceder meus pensamentos, fugitivos ou covardes e convenço-me que fazem parte de um limiar aluncinatório, procedo.
Crio idéias, mapeio, sonho, tão nítidos que mais parece uma película rodando lentamente, se me vissem notariam um sorriso, daqueles que surgem no canto da boca.
Tento tatear as cenas, sentir os gostos, os cheiros diversos que o vento me traz.
Puf!
E lá está o teto, um bege cada vez mais bege.
Hesito proceder...
O tempo é malevolente.

Que temo!

dá o play na seta!

18.7.08

a vida é como massas de modelar

infeliz aquele que é maleável!

ok, isso aqui tá muito blog de filosofia barata que num cabe nem em mesa de bar; vida pra lá, vida pra cá... eu sei!
dá o play na seta!

13.7.08

a vida é como uma moeda girando no chão...
cara, coroa, cara, coroa, cara, coroa e um punhado de sorte pra que ela não caia no ralo.

dá o play na seta!

8.7.08

10 coisas para um dia feliz

1 – leite e cookies
2 – gatos
3 – cozinhar
4 – receber cartas
5 – internet
6 – papel maché
7 – chocolate
8 – dengo
9 – vinho em casa
10 – edredom


a música entraria como décima primeira. dá o play na seta!

7.7.08

Eis que no desespero, a gente se pega preenchendo cadastro de currículos on line, aqueles que duram hoooooooooooooras e que tem até limite de tempo para preencher, parecendo mais uma gincana virtual ou uma corrida contra o tempo, literalmente!
Pensei: que ridículo!
Mas respirei fundo e comecei a corrida.

Depois de perder minha tarde de domingo quase toda tentando lembrar o endereço de onde terminei o segundo grau [achei desnecessário isso, mas tudo bem!], consegui terminar a tempo!

Logo recebo um e-mail confirmando cadastro e um “mini relatáorio” descrevendo o meu perfil, vejam:

Como se comunica Luana Cavalcanti?
Luana Cavalcanti apresenta um estilo de comunicação em que a precisão e a troca objetiva de dados e informações assume um papel importante. Ela tende a preferir conversar sobre temas concretos em suas interações, sem grandes envolvimentos emocionais. De fato, essa orientação para detalhes e exatidão tende a se refletir numa postura menos confiante pois Luana Cavalcanti procura sempre verificar o resultado de suas análises, buscando, tanto quanto possível, evitar erros.
Ao interagir com seu grupo, Luana Cavalcanti procura obter apoio e guiar-se pelas normas e procedimentos de seu ambiente, refletindo uma certa dependência de seu meio e lideranças, aceitando e aliando-se às idéias deles. Isso costuma facilitar sua aceitação e sua interação na equipe.

Seu maior talento: Incentivar
Este Talento gosta de desafios que envolvam o mistério, o desconhecido e necessitem ser pesquisados, desvendados e recriados. Ele acredita que para tudo existe uma explicação e vai juntamente com outras pessoas buscá-la onde quer que esteja. Na ciência, na religião, nos livros ou no meio ambiente, estão os mistérios esperando por alguém que deseje decifrá-los. Perfeccionista, lógico, sistemático, sua busca se torna incessante até que consiga satisfazer a ansiedade por conhecimento que o devora. A cada descoberta feita novas conexões se formam em sua mente, apresentando novas formas. Não interessa se elas vierem a ser úteis, práticas, aproveitáveis ou não. Esta busca possivelmente se dará em conjunto com outras pessoas. O que interessa é que os questionamentos que burbulham na sua cabeça possam ser resolvidos. Ele tem capacidade de se concentrar e mobilizar pessoas. A persistência dos incansáveis que não temem recomeçar e a metodologia dos que desejam alcançar seus objetivos.

E mais uma vez pensei: geeente, a pessoa que escreve um texto desses tá perdendo uma grande chance de virar escritor de livro de auto-ajuda, seria um best seller. Ou no mínimo viraria guru, pai de santo, cartomante; aquele povo que vai falando bobagem e a gente respondendo com onomatopéias de humrum, humrum, humrum...

Bom, essa sou eu e-talent segundo a vagapontocom. Contrate-me!

tsc tsc tsc...

dá o play na seta!

4.7.08

.meta.mofo.vozes.mefamorfoses.

Ontem quis deixar minha unha crescer, hoje não mais!
Tinha combinado comigo mesma que compraria um esmalte cor de café; eu sempre quis pintar minhas unhas com esmalte cor de café ou pelo menos até ontem; subiria dois quarteirões, levaria na manicure pertinho aqui de casa e deixaria a felicidade me dominar por completo, só por estar levando o meu primeiro esmalte para o salão - eu sempre achei muito independente as patricinhas que levam seus próprios esmaltes para o salão, não que eu queira ser patricinha, mas eu queria muito ser independente -. Faz tempo que não me presenteio com um dia de manicure e pedicure, adoro ter que deixar meu pé de molho e folhear revistas de fofoca enquanto escuto Beach Boys; esvaziaria minha cabeça de toda filosofia pessimista, teorias da comunicação, esqueceria por um momento o Marc Augé e todo a solidão existente nos não-lugares, e cultivaria uma alegria genuína, arrancaria um sorriso e... e... quase consigo ver!
Mas mudanças são efêmeras, às vezes mentirosas e descompassadas, feito gente, gente é uma inifitude de máscaras e excessos, gente é como eu sempre digo, é uma linha tênue para qualquer extremo, é um abismo de segredos, nós cegos, gavetas empoeiradas e breus.
Hoje me agarro em verbos preguiçosos, porque hoje cansei de ser gente, queria ser uma pedra num bairro decente de Paris, ou escolheria dormir durante dias e mais dias, mas dormir deixa a gente lento, senão, esquecido.

E antes que eu me esqueça, continuo sendo gente, passível de mudanças, efêmeras ou não. E antes também que amanheça, vou ali comprar meu esmalte, porque como eu sempre digo:

Eu retrocedo!

dá o play no beeeeeeach boooooys!

1.7.08

Quando o amor tinha apenas uma consoante e uma vogal

Eram hiatos quase ditongos.
De um verde tão verde
Que na noite escurecida,
Se perdia num verde quase breu.

Uma vela amarela nunca acendida,
Ocasião que já morreu.

Tinha cheiro de andiroba.
Gosto de sono,
Sinal de abandono,
Gestos de preguiça,
Onde a saudade se perdeu.

Amor solúvel,
Volúvel,
Nasceu.

Novos cheiros de andiroba.
Cores bem amarelas,
Tão amarela quanto o dia que amanheceu.

Uma vela vermelha,
Chamas acesas,
Dançam ao vento,
Num tempo que não se esqueceu.

São oxítonas as palavras de amor.
Feitas de aquarela,
Posta em jarro a flor.
Esquecidas na parede branca,
Onde tudo ficou.
De um branco tão branco
Que causa rumor.

São os sonetos do peito
Que batem agudos,
Vastos
E confusos.

Têm gosto de sono.
Possível abandono
E distância de céus.

A vida de riscos
Do verbo arriscar.
Papel reciclado,
Borracha ao lado.

Caneta azul
De um azul lealdade.
Escritas sem linhas,
Rabiscam palavras
Que soam saudade:

Quando o amor tinha apenas uma consoante e uma vogal.

as rimas poooobres. dá o play!

29.6.08

Me olhava e repetia com uma certa indulgência: Seja mais calma, você precisa ser mais calma!
E molhava o biscoito no café quente, com tanta delicadeza que bastava eu congelar a imagem pra entender o que me pedira.

dá o play!

13.6.08

Depois de conversas intermináveis, remendos e tentativas de desatar os nós internos, ela lhe fez a pergunta que ele tanto temia, olharam-se com tanta intensidade, como se tentassem decifrar o que os passantes dali não enxergariam nunca; como se num piscar de olhos tudo fosse simples e passível de qualquer mudança; não deram nenhum passo, que era pra não demonstrar qualquer nervosismo ou cair numa ação impensável, por um segundo, o silêncio em volta não guardava sequer um segredo; ambos sabiam que dentro é como um buraco interminável.
E um simples gesto parecia suprir o que estaria posto como inacabado.

Balançou a cabeça num gesto de negação e a naquele mesmo instante, ele a deixou ali, naquela noite quase dia; caminhou cabisbaixo sem olhar para trás, porque olhar para trás era retroceder sem hesitação.

No dia seguinte, sabia que as noites frias caminhariam num solipsismo aceitável e que dele, surgiriam sentimentos genuínos, uma felicidade talvez.

dá o play!

7.6.08



Carta para um amigo:

Caio, mais uma vez pauso o meu tempo pra escrever pra você, contar das coisas de cá, de como seguem os dias nessa cidade de muitos altos.
Bem sei que vivermos em busca de firmamentos e os meus ainda não os tenho por completo, pelo menos até então, mas os que tenho me instigam a cada x marcado no calendário; é óbvio que incertezas sempre me assustam, são obscuras e silenciosas, às vezes sonsas, mas fiz alguns acordos comigo mesma e um deles é pensar o ontem como passado aliviado, os dias caminham lentamente em concretudes sutis, como se tivessem me dado a planta de uma casa e cada tijolo posto, é um muro de apoio que vou visualizando, e apesar de tudo, “não arredei o pé das minhas convicções básicas”, aliás, não as deixo de lado, em momento algum, não mais! O momento agora é de cultivar um certo egocentrismo, de olhar para o próprio umbigo, conversar com os botões e cuidar da própria sombra. Por vezes cansa carregar certos tijolos, amontoar, acimentar, firmá-los... tenho tido paciência com a lentidão de algumas coisas, que você e eu, meu amigo, - apaixonados por astrologia - chamaríamos de intriga de Saturno ou resolução kármica, pois há determinadas situações que precisam que sejamos tolerantes e amigos do tempo e como você mesmo diz, “claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato”.
Mas deixemos as reclamações melodramáticas de lado e falemos de coisas boas.
Belo Horizonte é uma cidade cheia de belezuras que faz a gente bater o pé e não querer sair dela. Há coisinhas bonitas feito cidadelas, interiores e uma urbanização tentando devorar tudo em volta, mas Belo Horizonte me parece persistente, que briga com o crescer globalizado de um jeito todo acanhado, manso e quieto. E nela encontramos na rua das sombras, o lugar certo pra descansar as nossas fúrias, colorir do nosso jeito e decorar do nosso gosto. Os quadros ficaram bonitos, a sala é tão ampla que dá até pra promover grandes eventos nela; o banheiro é grande e tem um box enorme que me faz pensar que estou tomando banho no banheiro do gigante do João do pé de feijão; temos um fogão novo para fazer café e cozinhar para os vizinhos da rua Dr. Jarbas Vidal... e agora somos três, um moço pra equilibrar os hormônios femininos da casa e levantar o dedo na hora de votar se no som toca Samba ou Radiohead. Há uma igreja aqui pertinho, onde o sino toca de hora em hora, um som um tanto melancólico mas muito bonito.
Depois de anos morando sozinha, é hora de reaprender a conviver com gente dentro de casa, respeitar o sono do outro, a privacidade e até os dias de mal-humor; é preciso se permitir viver novas situações e tentar tirar delas as melhores experiências possíveis.
Ah, meu amigo, recentemente consegui um emprego e recentemente saí do emprego, em uma livraria e editora, onde eu ficava arrodeada de livros fascinantes, trabalhando minha enorme compulsão por comprar livros e minha minúscula paciência com um trabalho de quase nove horas me impossibilitando de estudar para o tal mestrado, entre outras coisas; eu tinha cansaço e dores no corpo, a pele inflamada de tanto estresse, eu saía com os amigos e bem dizer dormia na mesa de bar, não de porre, mas de puro cansaço mesmo. Lembrei das suas cartas escritas de Estocolmo, e algumas coisas ditas nela me serviam de mantra, como, “acho que estou vivendo uma baita experiência: o orgulho e a vaidade que eu pudesse ter têm escorrido pelo ralo da pia, junto com a água e o detergente das panelas. No mínimo, é um tremendo exercício de humildade – e eu me sinto mais forte, mais humano”. Com o emprego ganhei um pingado de amigos lindos e um bom dinheiro, com o mesmo comprei algumas coisas para a casa nova, um tapete colorido, cabides e mais um amontoado de miudezas necessárias para o dia-a-dia, dei um banho na gata, pensando que se é pra mudar, façamos uma limpeza geral! Agora tudo bilha, tem cheiro de casa limpa; acendemos incensos quase todos os dias, para equilibrar as energias que carregamos de fora, dos outros, dos olhos gordos às vezes imperceptíveis. Ok Caio, eu tô sim cheia de cismas! Mais do que as de costume, mais do que as necessárias, mas quem não tem? Talvez eu precise de doses menos exageradas. E com isso, faço alguns exercícios pra relaxar algumas angústias, cismas e ansiedades. Trabalho a respiração antes de dormir e tenho caminhado no calçadão de uma avenida arborizada e movimentada, vejo pessoas bonitas, cultivo uma rotina que até possibilita que eu já comprimente um e outro que caminham na mesma hora, também o vigia da casa mineira, o rapaz da locadora, o mendigo que acende uma fogueira para se aquecer toda noite na esquina aqui de casa, a vendedora da padaria... e... é isso!
A rua Cardeal Stepinac - mais precisamente rua das sombras – agora acomoda um aglomerado de felicidade, outras impossíveis de descrever aqui. “E tudo por aqui, na verdade, vai bem. Pulo os poços, quando pintam - e como pintam! Mas não vou abrir mão de um pouco de alegria”.

beeeeela música. dá o play!

27.5.08

Entrevista Capricho

Filme: drama e arte
Banda: a da esquerda
Profissão: publiciOtária
Vício: SMSs e chocolates
Bebida: cerveja, vinho e leite
Música: forró, sertanejo e axé nunca!
Praia: pra pegar jacaré
Serra: pra beber vinho
Escritor: Caio Fernando Abreu
Escritora: Adriana Falcão
Fruta: caqui e sirigüela
Hora: cinco e meia da tarde
Apelido: lua, lu, luinha, dentre outros...
Família: os Cavalcantis
Comida: massas
Um cantor: wanderley andrade
Uma cantora: tati quebra barraco
Esportes: subo ladeiras
O melhor lugar: o apartamento da rua das sombras
Cidade: alguma que ainda não fui
Sorte: um dia quem sabe...
Cigarro: não, obrigada!
Filosofia: as de mesa de bar
Tecnologia: i love!
Língua: Français
Fantasias: sim! de freira
Ator: igor cigano
Atriz: mãe dinah
Verão: Óh meu Ceará!
Inverno: sempre bem vindo
Livros: os 300 da estante triangular
Um número: 6
Religião: kardecista
Sonho: sim! sempre que durmo
Sorvete: tapioca
Paixão: é sentimento de aprendiz
Tattos: sim! uma, por enquanto
Par perfeito: zezé de camargo e luciano
Piercing: no nariz! agendado para furar
Amizade: é família que se escolhe a dedo
Hobby: sudoku
Televisão: desligada!
Cor: azul
Odeio: abacaxi, carne mal passada e falácias
Signo: virgem
Ascendente: gêmeos
Viagem: para a paris de baudelaire
Planos: de saúde
Arrependimento: tudo é válido!
Animal de estimação: felinos
Saudade: é minha sina!
Amor: desaaaagua
Uma frase: né querendo agravar não, mas... Oooo besteira!

dá o play!

24.5.08

Ok, é hora da exposição.

O jurídico bateu o martelo e a rua de sombras agora é toda nossa!
Teremos um roommate novo que gosta de músicas boas e livros.
3 padarias nas proximidades; a feira; o epa e o povo da rua Dr. Jarbas Vidal. [Não poderíamos ter vizinhos melhores senão estraga!]
O casulo novo é grande e com direito a varandinha.
Nossa mais nova aquisição será primeiramente um fogão! Para que os livros de receitas não continuem sendo os únicos livros que não folheamos na casa.
Ontem fizemos cooper na avenida, calculamos distância e tempo.
Prometemos caminhar todos os dias e comer comidas mais leves, cervejas e pastéis de angu somente nos finais de semana.
Já escolhemos onde iremos pendurar os quadros, onde ficará a mesa, a estante com os 650 livros,

e... e... e...

agora tudo ganha forma e cores, além das que já existem!

\o/

dáaaaaaaaaaa o plaaaaaaaaay

21.5.08

Diálogos aperolados:

- Tu viu no you tube o vídeo da Miss Ceará?
- A mudinha? Vi sim!
- Ahf... a louca praticamente "escreveu" um livro em gestos. Muito engraçado!
- Pois é...
- E, tava aqui pensando... me diz uma coisa, se uma pessoa muda que só “fala” gesticulando quando ela tiver uma cãibra, ela é uma pessoa gaga?
- prfff...

--

- Tenho uma amiga que trabalha entrevistando putas!
- É? e como é isso?
- Ah... ela entrevista, faz perguntas da vida da puta, como ela começou a trabalhar em puteiros etc etc...
- Ah sim! Sabe que na esquina do prédio da minha ex-namorada era um ponto de putas?
Sério? Era. Elas passavam a madrugada falando putaria.
- É óbvio não é?
- E às vezes passavam uns play boys e xingavam elas bem alto. As putas ficavam putinhas da vida.
- É óbvio não é?
- Prfff...

[ô besteira!]

--

peripécias e divagações?
Subimos a serra de Caeté com uma garrafa de vinho na mão, a maçã do rosto ardendo de tanto frio, esperamos em uma fila enooorme para vermos a constelação e o tão charmoso Saturno, o maior planeta do sistema solar.
De lá, a cidade de um alto, com as luzes miúdas parecendo Natal.
Caeté de um lado, Belo horizonte do outro e um enorme telescópio pra mostrar o planeta de amarelo em degradês e anel bonito como se fosse sua proteção.
O guia vira e diz: “Saturno está rondando Touro, rondando Maio”.

E no meio de tantas oscilações, tudo pode ser justificável.

Saturno há de fazer qualquer um melhor. E tenho dito!

--

"Eles construíram os trilhos do trem nos alpes entre Viena e Veneza, antes de ter um trem que pudesse fazer a viagem. Mas eles construíram mesmo assim. Sabiam que um dia o trem chegaria"

dá o play

18.5.08

inspirado na Adriana Falcão:

solidão é um balanço vazio no embalo do vento.

dá o play

26.4.08

Quando decidiram morar juntos, era verão de um amarelo alaranjado intenso, e as noites seguiam com muitos copos de cerveja e brisa entrando pela janela. Qualquer coisa era motivo de comemoração.
Tudo era novidade e caminhava feito sentimento buliçoso; casa nova, os móveis, as comidas feitas com livros e mais livros de receita ao lado. Ele adorava fazer surpresas e as deixavam soltas pela sala, quarto, armários; havia bilhetes no espelho, poeminhas debaixo do prato na hora de servir o jantar; flores no banheiro, na varanda, na cozinha, revelando o sumo da escolha deles.
Mas já faz um tempo que ele não é mais o mesmo, senão, desde o último inverno; ele acordava tão cedo que a manhã ainda se arrastava na escuridão da madrugada, quando até mesmo os pássaros permaneciam adormecidos. E ela continuava na cama, era um ritual simples e incansável.
O cheiro de café entrava por debaixo da porta, junto com a luz do sol, num movimento e lentidão tão bonita, que parecia haver poesia nos degradês de cores que refletiam na vidraça da janela anunciando o dia.
Ele entrava em silêncio, cheio de trejeitos e enfiava as mãos - ainda quentes da caneca de café - por debaixo da coberta, esquentava os dedos dos pés dela com tanta delicadeza que mais parecia um sonho. Ela esticava o corpo cheio de preguiça, numa vontade não querer sair dali. Fazia isso diariamente porque gostava de vê-la espreguiçar.
Tomavam café juntos enrolados no edredom, falavam e planejavam o dia que seguiria nos ponteiros do relógio, tangível e apressado.
E levantavam já na ânsia de que a noite se deparassem novamente ali, debaixo do edredom.

Mas já faz um tempo que ele não é mais o mesmo, senão, desde o último inverno.
De lá pra cá o sol anuncia o dia na vidraça empoeirada, num movimento arrastado, vagaroso e ainda assim, singelo.
E ela observando ele, os trejeitos dele e toda a necessidade de preenchimento em volta; ele já não a olha como antes e quando olha, fita-a com um par de olhos pesados e melancólicos, há um vazio, um silêncio e uma ausência que o cobre debaixo do edredom, ainda num ritual simples, porém cansado.

ok, acho que já é bem a quinta vez que boto essa música como BG. dá o play!

19.4.08

saga em busca do tesouro perdido

sobe ladeira, desce ladeira e cheguei a conclusão que vou ganhar dinheiro compondo músicas para a massa.
depois de "pauliiiiinha, me diz o quê é que eu façooooo, pauliiiinhaaaaa..."
não há de ser difícil ganhar dinheiro assim.
é só segurar o tchan, amarrar o tchan e segura o tchan tchan tchan tchan tchan...

bem...
minha primeira grande criação foi a versão da música créu cantada pelo cebolinha:

Pla dançá o cléu tem que tê disposição
Pla dançá cléu tem que tê habilidade
Pois essa dança, ela não é mole não
Eu venho te falá, são cinco velocidades

A plimeira é devagazinho, só o aplendizado
Cléééééééééééééééu...
Se ligou? De novo!
Cléééééééééééééééu...


logo estarei em Paris, Toscana e com um apartamento enoooorme na Savassi, que caiba 5 residentes mineiros e 3 gatos.

e tenho dito!

11.4.08

- Observe os sinais.
- Estou vendo!
- Então...
- Então que são muitos os sinais.
- Ora, escolha um!
- Mas tem que ser assim? Agora? Já?
- Sim!

...

- Mas, mas... e agora?
- Agora lascou!


dá o play

4.4.08

Momento Diarinho:
* Depois de receber alguns e-mails pedindo que eu voltasse a escrever os “momentos diarinhos”, resolvi atender aos pedidos. Para os novos leitores, “momento diarinho” é uma “sessão” deste blog em que faço jus ao que chamamos de diário virtual, é bem dizer é o que há de mais expositivo aqui, porque os demais textos quando não são pura ficção, são pura mentira mesmo, ou não! São tópicos soltos, frases avulsas, há também trechos de livros, dicas de filmes, piadas internas e meias palavras, porque para o bom entendedor é o que basta! Então vamos lá.
* O que toca nas caixas de cá é Travis, com Flowers In The Window.
* Que venha abril.
* O que não tem preço: Poder caminhar pela cidade, descobrir as entranhas do bairro onde você dorme e acorda. Bom sentir o asfalto esquentando a sola do pé, o sol batendo na moleira, o vento secando o suor. Bom sair na noite e andar em plena madrugada pra lá e pra cá sem problema algum; sentar no primeiro bar que encontra e poder pedir qualquer cerveja que você imaginar. Poder combinar com amigos no centro da cidade mesmo que já seja noite e se divertir sem temor. Caminhar pela cidade é coisa de Deus, não é Mirella?
* Aos que sentem saudade da gata pé duro que mora comigo: Dina está cada vez mais linda e danada, e continua exibidíssima, basta uma visita chegar que é atrevimento na certa!
* “Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo. O que vem depois, não se sabe” [do Caio F.]
* Dica de filme: Trem da vida.
* Ah meu bem, abra esses olhos cheios de razão e caminha em passos lentos, porque apressados é em vão.
* Logo acrescento na minha agenda diária o retorno à academia.
* “Era perfectamente natural que te acordaras de él a la hora de las nostalgias, cuando uno se deja corromper por esas ausencias que llamamos recuerdos y hay que remendar con palabras y con imágenes tanto huenco insaciable” [Julio Cortázar]
* Sorvete de milho é cangica gelada.
* Nóoorrrr!
* A pessoa se muda de mala e cuia pra tentar fazer o mestrado em uma universidade que tem o título de melhor mestrado em teoria da literatura do Brasil, tenho um horário de estudos a cumprir que vai de segunda a sábado, bem dizer o dia inteiro só de leitura, só não na quinta-feira – que é pra arrumar a casa, lavar roupas, resolver coisas – e de repente, eu ganho de presente um “sudoku eletrônico”. Acho que não preciso dizer mais nada, só preciso é de uma greve de pilhas ou pelo menos o fim das pilhas recarregáveis.
* “O mundo esquece tanto que nem sequer dá pela falta do que esqueceu” [José Saramago]
* O ruim de mudar não é só o trabalho que dá, mas principalmente quando chega a bendita hora de fazer uma “auto-faxina” e ter que descobrir na cidade em que você reside, onde fica o melhor salão, a melhor depiladora, a melhor manicure... até lá, você vai se adaptando a sobrancelha que mais parece uma juba em cima dos olhos, a ruma de pêlos, a unha roçando no lençol e toda a ausência de frescurinha que faz bem.
* Bom de reler: O Ovo Apunhalado. De Caio Fernando Abreu.
* Ok, não conheci a casa do Guimarães Rosa mas o show do Interpol compensou.
* “Essa coisa de que chamamos saudade e que é preciso alimentar com pequenos rituais para que a memória não se desfaça como uma velha tapeçaria exposta ao vento” [do Caio F.]
* Das coisas que eu queria ter hoje, agora, já: Um carrinho de feira, pra eu comprar frutas no sacolão pertinho de casa; mais paredes pra pendurar meus quadros; internet no quartim e uma cozinha, grande, média ou pequena, mas uma cozinha.
* Meta
Mofo
Vozes
* Já temos onde guardar a louça bonita que herdei da vovó; compramos uma mesa útil para computadores e podermos fazer a nossa alimentação; compramos também uma estante para guardar roupas; a TV miúda que funciona; temos estantes singelas para os quase 800 livros; um DVD instalado por amigo querido e um puf que vira sofá cama e acomoda qualquer visita paciente com a gata doida que fica correndo pela casa em plena madrugada.
* “É por causa das qualidades de nossa mente e corpo que somos quem somos” [Simon Blackburn]

*Meus queridos, felicidade é se permitir!

dá o play!