13.6.08

Depois de conversas intermináveis, remendos e tentativas de desatar os nós internos, ela lhe fez a pergunta que ele tanto temia, olharam-se com tanta intensidade, como se tentassem decifrar o que os passantes dali não enxergariam nunca; como se num piscar de olhos tudo fosse simples e passível de qualquer mudança; não deram nenhum passo, que era pra não demonstrar qualquer nervosismo ou cair numa ação impensável, por um segundo, o silêncio em volta não guardava sequer um segredo; ambos sabiam que dentro é como um buraco interminável.
E um simples gesto parecia suprir o que estaria posto como inacabado.

Balançou a cabeça num gesto de negação e a naquele mesmo instante, ele a deixou ali, naquela noite quase dia; caminhou cabisbaixo sem olhar para trás, porque olhar para trás era retroceder sem hesitação.

No dia seguinte, sabia que as noites frias caminhariam num solipsismo aceitável e que dele, surgiriam sentimentos genuínos, uma felicidade talvez.

dá o play!

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