13.6.07

Ainda que chores debruçado
Acarinhando os meus pés.
Despejando seus anseios
De um tão desconhecido.
Lembrarei daquele olhar
De um ontem quase esquecido.

Em volta será verdade
Virando rebuliço.
Gritando dor no peito
Apertado mas destemido.

Ainda que chores verdades.
Nos lençóis de novos cheiros
Em lugar não mais vazio.

Te ergue que ainda há jeito
Não esconde teus desejos
Que por mais longo que seja
Há caminho para o desapego.

A noite é labiríntica
Cheia de ladrilhos.
Tem cheiro que lembra amargo.
Embora doce os orvalhos.

Coloque uma pedrinha no bolso.
Congele alguns instantes
Com um punhado de terra nas mãos.

Esqueça esse ar ferrenho
E esses gestos tão incautos
Que controlam o teu corpo
De um jeito perigoso.

E mesmo que seja pouco
Não será tão lastimoso.
Conceber o eco do vão.
O azedume da vida
E essa tentativa de ser são.

Toda felicidade é como uma gota.
Transparência
Que cai
Diante do vento
Do tempo.
De olhos
Fixos
Esquecidos no ontem.
No vazio discreto da queda
Quase insegura
Da gota.

E ainda que chores erguido
Num corpo de pouca fé.
Longe
Bem longe
Serei tua mulher
No tempo do infinitivo
Debruçada aos teus pés.

Lastimando
Lastimando
Ver
Ser
Cúmplice do teu viver
Carpideira do teu morrer.

gosto de rimas pobres e dos versos desconjuntados

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