17.11.08

Debruçada na cama, ela relia as cartas antigas, amareladas do tempo; os envelopes denunciavam a euforia do momento em que foram abertos.
Conseguia rever a cena em que o carteiro batia na porta da casa pra entregar carta daquele que acabara de sair dali.
Supreendia.
E nelas, palavras unidas na ousadia de decifrar o que antes era só de transparecer nos gestos mais simples e prazerosos.

Os dias passavam para modificar o branco do envelope rasgado.
Tão logo, o fardo.
Que não cabiam em cartas, mas na ausência delas.
Possível de decifrar também no transparecer dos gestos pesados, cansados e silenciados.
Agora a lembrança tinha a cor da saudade.

Do branco límpido,
Ao amarelo fardo, mas que cor a saudade tem?


dá o play na seta!

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