31.12.08

Quando se está à margem de tantos clichês, é preciso exprimir e pintar de olhos fechados.

Penso branco quase ofuscante.
Separo e escolho as cores, a largura dos traços, as texturas.
E em mim, no mais profundo de mim, desenho imagens nunca vistas;
Tão nítidas, leves e bonitas, posso emoldurá-las
E pendurá-las num canto visível para que todos consigam ver.
Contemplo-as, mesmo sem o seu consentimento.
Esqueço o ontem, penso na margem e na simbiose dos dias.
No entre mim e você.
No intervalo de som que nos liga,
Ecoa dorido.
Penso no vazio do espaço que nos separa,
É frio como a solidão.
Penso na distância do toque, no tempo que é preguiçoso.
Eu mudo a cada ladrilho ficado para trás.
Mais adiante, lá estão os clichês, grandes e de inúmeras cores, rasgantes e de um intenso quase breu,
É todo sincero!
E sinceridade é o traçado das belas imagens.
Ventura indizível, euforia precisa.
Dos ladrilhos que passam, ficam e vem,
Absolutos, reais e concretos,
Construo paredes;
Nelas penduro as imagens que saem de mim ondeando.
Permito-me!
O bom é remoçar no tom das cores e nelas ver-te.


eis que 2009 começa beeem felizinho!
dá o play na seta!

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