11.11.05

dias brancos





- me beija.
- hãm?
- eu disse pra você me beijar...
- te beijar?
- é.
- mas... mas e amanhã?
- o quê tem amanhã?
- se eu te beijar... o que vai acontecer amanhã?
- ah, sei lá... quem é que sabe do amanhã? eu sei do agora, e agora eu quero um beijo teu.

[silêncio]

- sabe... quando não há sentimento, o amanhã é como um papel branco, um dia branco. e quando há sentimento, o amanhã é feito tubinhos de tinta querendo colorir toda a brancura de incertezas dos dias. Me beija, anda...

[beijaram-se]

e mais tarde, na cama, deitada ao lado dele, ela cruzou as mãos e pediu a Deus que o sol nascesse de um colorido demasiado.

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