30.5.07

.fazendo jus ao que chamamos de diário virtual.

Há quatro livros jogados com um marca página no meio deles - e isso já faz um tempo -, há outros tantos cheirando a livros novos que sequer folheei - presentes de aniversário de 2005, 2006 - enfim...
“Catei” tudinho, coloquei na beira da cama; li capítulo de um, de outro, rabisquei, chorei... e ainda acrescentei O Grande Sertão Veredas; porque eu agora eu me permito releituras também. Ontem não era tempo para Guimarães, por ser bonito demais e o bonito me fazia chorar numa tremenda facilidade.
Alegria que se transforma em coisa indesejável.
Ontem não era tempo para Clarice e suas mulheres epifânicas, porque era facada no peito, e ontem era tempo de muitas facas no peito, mesmo sem querer.
Hoje tenho me resgatado numa rapidez absurda! E como devota de Nietzsche, faz exatamente um mês que pude constatar que no fundo do poço existe uma mola.
Já não sei dizer se é coisa do reiki, terapia, acupuntura, musculação, hidroginástica, Allan Kardec ou só merecimento mesmo.
Acredito no que tarda mas não falha.
O rapaz lá me disse que grandes aprendizados viriam pelo karma.; maturidade a cada gota derramada, rubra ou salgada.
Já resgatei meia Luana! A outra metade é toda nova pra mim, algo que chamo de “verde maduro”, uma estranha ainda, que venho conhecendo a cada dia, a cada movimento das coisas, das horas, a cada mudança do dia para a noite. E mais uma vez me pego nietzscheana, arrancando as cascas do meu eu e me deparando com o melhor de mim, com modéstia equilibrada, claro!
Ontem era tempo de quebra-cabeça com peça perdida.
Hoje é tempo de achados e completude, tempo de afinidades eletivas e felicidade fluida.
Voltei a ler como nunca mais tinha lido, ando vivendo momentos passados, como aqueles em que eu acordava aos domingos, tomava café e me deitava no sofá para ler um bom livro. Algumas coisas são cíclicas e algumas coisas cíclicas são sempre bem vindas. Leio de tudo, jornal, revistas, livros filosóficos, literários, astrológicos, antropológicos.
Tenho também quebrado a cabeça com um novo vício, sudoku.
Podo minhas plantas. Rego, converso, mimo...
Faço exercícios bem cedinho, tomo vitaminas [centrum de A a Z para abrir o apetite] e me alimento bem na medida do possível.
Me presenteei com a quarta temporada de Sex And The City, porque é tempo de merecimentos sim!
Escolhi a tal da tatuagem, me pego com desejos adolescentes vez ou outra. Uma mandala, mandala da água. Linda! Tenho rezado o triplo para que me venha coragem de encarar a agulha.
Comprei telas e tintas acrílicas porque gosto também de ousar.
Uma cerveja no meio da semana pra aliviar a garganta que já não é mais a mesma, minha voz tem mudado...
Escrevo coisas e guardo numa pasta chamada projetos.
Comecei a dar vida num livro chamado Lúcia e a Bolsa Marrom.
E agora guardo segredos, porque como já dizia Julio Cortázar, “aquilo que se diz cria asas e então...

"aquele dia era uma véspera"
[Guimarães Rosa]


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