18.7.07

.momento diarinho.

Estou bêbada! De Casillero Del Diablo, vinho bom e barato.
Assistimos Xeque Mate achando que arrancaríamos alguns sorrisos. Mas era um arrodeado de mortes estranhas, uma coisa confusa e sem sentido, como aqueles filmes que não mudam absolutamente nada na sua vida. Acho péssimo!
Decidimos superar a noite numa garrafa de vinho e conversas tronchas, de peito livre e ainda tímido.
Ela girou mas eu que consegui abrir a garrafa sozinha, mesmo com toda a tendinite instalada em meu punho direito. Orgulho!
A academia tem feito jus. Aliás, hoje descobri que ganhei 1kg só de massa muscular [meu instrutor mandou avisar que não requer que eu comemore com inúmeras cervejas]. Acho que por isso inconscientemente aderi ao vinho. Fazia mais ou menos 7 meses que eu não tomava um porre “de suco de uva”, de deixar o dente roxo, o olhar baixo, o juízo torto.
Abri as janelas para o vento entrar, como faço somente quando tem visitas do lado de cá. Coisa de sentar no chão. Eu roia as unhas; ela fumava um cigarro de menta. Acho sublime quem fuma cigarro de menta!
Descobri que gosto sim de arianos, aqueles que possuem ascendente e lua em capricórnio, porque são como eu, carregando cinco planetas na casa de libra. O que me faz equilibrar toda a crítica de um bom virginiano e todo o egoísmo de um bom geminiano. E me faz pensar no outro, como todo e cauteloso libriano.
E por falar em signo, mês que vem farei meu mapa. Novamente. Porque é mês que antecede o dia do meu signo solar, ou seja, meu aniversário.
Estarei lá, com fitas K7 na mão, olhando para aquele moço meu amigo. Vai me dizer que não é mais tempo de caminhar como se houvesse um freio de mão puxado. Vai falar do peito, do tum tum tum que voltou a bater ritmado. Vai falar da escrita, da mudança de emprego e da casa sete. De todo amor que reside na casa sete. Vai falar dos karmas que vêm do peito. Dos que já foram, dos que virão, porque já entendi que aqui embaixo é de puro aprendizado. Quero chegar aos meus 60 formada em comunicação, com pós em comunicação e cultura, literatura brasileira, graduação em filosofia, mestrado e muitos livros publicados.
Amor, meus 5 filhos e minhas viagens já postas em fotografia.
Rezando feito um mantra as frases que ele me disse: mente quieta, espinha ereta, coração tranqüilo.
Ele vai me dizer que nem preciso esperar até os 60 para isso tudo.
Porque já entendi também que a gente tem o amanhã, a gente nem sabe o peso disso tudo, o quanto vale, mas a gente tem o amanhã. Como uma página em branco para rabiscar o novo.

Estou bêbada sim! Dentro de casa, na madrugada ventilada da Praia do Futuro. Escrevendo nada com nada. Pensando nada com nada... "Qualquer coisa é a mesma coisa".
Estou agora de um jeito que só o que me preocupa é: onde estão as três marias?

Acabei de devorar uma tigela de granola com leite, tenho me alimentado normalmente, já nem preciso mais da ajuda de vitaminas como Centrum. Muito menos de engolir "na marra" duas bananas por dia.

Estou vestida de preto, quase em homenagem ao Nietzsche já que falávamos tanto dele. Lembrei da Tiburi, e roubo a frase dela pra dizer que "Nietzsche é meu pastor e nada me faltará". O homem da mola no poço. Do poço com mola. Do sorriso no poço. Do que diz que o "conhecimento traz consigo a solidão".
E eu complemento que pode trazer também, um emaranhado de multidão.

E tenho dito!

Preciso ir... é tarde! Porque bêbado e internet é o mesmo que bêbado com celular, ou bêbado sozinho numa mesa de bar.
Acaba dando em M_ _ _ _.
E viva o meu portuñol: socuuuuuuuuuuuuero!

Se MARIANA MARQUES estivesse aqui, olharia para mim e diria: Ô besteira!

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Texto publicado no site do Centro Cultural Dragão do Mar.
Link: AQUELE HOMEM MENINO.

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[diálogo que durou uma única manhã... para nunca mais]

- Bom dia coisa linda...
- Bom dia meu amorzinho!
- ...
- Vai pra onde tão cedo?
- Comprar o pão.
- Mas eu nem tenho fome pela manhã.
- Ah... é verdade! Mas deixa eu ir mesmo assim.
- Deixo. Só estou avisando que não tem precisão.
- Eu sei... Talvez eu encontre uma rosa ou até mesmo uma papoula no meio do caminho.
- E daí?
- ...

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Caio Fernando Abreu é que era sabido, quando dizia que:
"Os dragões não conhecem o paraíso"

dá o play

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