25.7.07

ela ligou para a amiga e disse:

- Essa manhã acordei com uma sensação estranha!
- O que foi?
- Não sei explicar... Só uma vontade absurda de não ser mais o que sou. Acho que o verbo “estar” não tá bem empregado na minha rotina, tá torto, troncho, amarrado nas minhas horas, deixando meu tempo lento.
- Ave maria! Quanta filosofia barata!
- Não é não, preciso botar as coisas no lugar! Sabe a Pandora? A mulher feita no céu; aquela que abriu a caixa de Epimeteu, reservada de pragas e todos os sentimentos ruins possíveis?
- Sei sim!
- Pois é. Aqui dentro tá mais ou menos assim. Um azedume corrosivo, chega a lacrimejar.
- E o que você pretende fazer?
- Bem... Das coisas soltas... Não sei, mas acho que preciso “me” arrumar!


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toc toc toc...

E me abriu a porta num jeito afável.
De súbito eu lhe disse:
- Não me olhes assim Carlos!
Aqui dentro é vasto!


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é solilóquios o nome disso.

- Mãe, a psicóloga mandou eu fazer um exerciciozinho diário.
- Foi minha filha? E como é esse exercício?
- Disse pra eu ir pra frente do espelho uma vez por dia e dizer de forma repetitiva: Te ama! Te ama! Te ama! Te ama! Te ama! Te ama! Te ama...
- Bem que eu disse! Só não sabia que ajudaria se fizesse como um mantra.
- Mãe...
- Oi filha.
- Não entendi nada do que essa psicóloga pretende com isso.
- ...


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Diálogo em mesa de bar [observação importante: não havia ninguém bêbado]

- Você tá forte!
- É eu sei!
- Tá malhando?
- Tô sim! Faz um tempinho já.
- Tá é bem você!
- Brigada! Tenho comido uma banana por dia, mesmo já estando enjoada.
- É mesmo? E por quê banana?
- Banana é uma das frutas mais importantes na alimentação, fruta que dá facinho facinho; é também rica em proteínas, em potássio...
- É mesmo? Vou casar com uma banana então. É rica e ainda dá fácil!
- Ô besteira!


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É brando.
O teu olhar.
É branco.
O meu amar.

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